Semana encarnada ficou marcada por mais uma jornada de Liga dos Campeões, com um triunfo a manter a águia viva na competição, mas com custos elevados
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Cumprida a "obrigação" na Taça de Portugal com o apuramento após goleada ao Cova da Piedade, o Benfica afinou o motor para outra corrida, esta a carecer de outro andamento, agora na Liga dos Campeões. A receção ao Lyon apresentou-se como o principal tema da semana, pelo resultado e incidências que se lhe seguiram.
Lage e o entendimento crónico
O acordo entre Luís Filipe Vieira e Bruno Lage quanto à renovação do técnico é total, nas pretensões e aspirações de ambas as partes, faltando que as palavras passem ao papel com as assinaturas como validação final. É precisamente isso que se percebe das palavras proferidas pelo treinador na véspera da receção ao Lyon, ao reconhecer a facilidade com que a questão foi tratada com o presidente. Não confirmou a renovação, mas o desfecho está claro, como também sublinhou, dias mais tarde, o administrador executivo da SAD, Domingos Soares Oliveira, apontando um prazo para o anúncio da renovação, dependente mais da agenda, agora sobrecarregada da equipa em termos desportivos, do que de qualquer aresta por limar.
O sr. Lopes e o golo da salvação
Veio o Lyon bater à porta da Luz na terceira jornada da Liga dos Campeões para medir forças com o último classificado do Grupo G, o Benfica, que ainda estava em branco na tabela pontual. Estava, mas deixou de estar, pelo menos na coloração pontual porque a posição ainda não enche de prazer a massa adepta encarnada, que suspira por outros voos na prova. Contando já com Rafa no onze, depois de ter recuperado - assim se achava na Luz - de uma lesão, o campeão nacional até entrou a ganhar (Rafa ainda estava lá para decidir), mas o Lyon chegaria ao empate e até causou alguns calafrios a uma equipa que perdeu o hábito de ganhar em casa na Champions. Porém, o luso-francês Anthony Lopes, num momento de desconcentração, ofereceu o triunfo a Pizzi perto do fim, num lance que fez correr tinta também lá fora. Vitória garantida, ainda que com desagrado audível nas bancadas, e aí está o Benfica de volta a uma corrida em que, apesar disso, está em clara desvantagem. Mas saiu vivo do jogo de vida ou de morte. Desfecho comentado por Joel Neto.
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Um vermelho para a relva
O árbitro do Benfica-Lyon optou por manter o cartão vermelho no bolso até ao fim da partida, apesar de terem sido várias as oportunidades para o mostrar, nomeadamente a jogadores visitantes. Porém, também o poderia ter mostrado ao... relvado. Muito solto, pouco consistente, o tapete verde levaria vermelho de Bruno Lage, dado que o treinador das águias, depois de ouvir os queixumes de dois jogadores do Lyon, abriu o cofre das lamentações e atirou, com polémica, que a relva anda a rasteirar e a lesionar atletas encarnados desde a pré-época. Falou em Chiquinho (premonição?), Seferovic, Pizzi e... Rafa. Pelas contas benfiquistas, também David Tavares, Cádiz e André Almeida foram carregados pelo relvado, cujo futuro está já em análise nos gabinetes da Luz. Mais tratamento na próxima paragem das competições em novembro ou até mesmo a colocação de outro tapete verde. Na esperança que, desta feita, seja mais caridoso com os artistas, cuja qualidade vem ao de cima em relvados melhores.
Rafa mete baixa prolongada
Os três pontos na receção ao Lyon tiveram o cunho inicial de Rafa, que voltou ao onze e até abriu o marcador, antes de cair, aos 15', para sair de cena cinco minutos volvidos, terminando aqui a sua exibição, desta feita como segundo avançado, numa posição comentada pelo especialista Luís Freitas Lobo. O extremo queixou-se da zona do adutor esquerdo, saiu com uma expressão de desolação e não era para menos. A previsão inicial apontava para nova paragem, agora pouco superior a duas semanas, mas a reavaliação foi fulminante. O camisola 27 sofreu a mesma lesão que Chiquinho havia contraído em agosto, contra o FC Porto. Diagnóstico: desinserção do adutor esquerdo. Tratamento: conservador, sem operação, para já. Prazo: três a quatro meses de paragem. Assim, Bruno Lage perde o seu elemento mais veloz e aquele que abriu mais jogos, quatro. Como havia referido antes, o relvado atirou mais uma águia ao tapete.