As eleições não interessam só ao clube. Aqueles 18 mil adeptos no estádio são a nossa melhor promessa de um futebol maior
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Se houvesse disso por cá, o V. Guimarães devia ser um projeto do futebol profissional, pelo singelo motivo de levar 18 mil pessoas ao estádio. Aliás, todos os clubes deviam ser projetos de desenvolvimento, ter cadernos de encargos, etapas a atingir e penalizações pelos fracassos. É o que diferencia uma liga de um campeonato: uma liga deve preocupar-se com quem aceita como membro e impor-lhe condições, nunca ao contrário.
A demissão do presidente Júlio Mendes, por muito bem que ele seja substituído, será sempre um retrocesso para o Vitória, porque alguém terá de aprender o que ele já sabia de uma atividade que deixou de ser, há muitos anos, um passatempo. Com Júlio Mendes, por muito justas que possam ser as eventuais críticas, houve estabilidade e crescimento (e títulos), talvez até uma aproximação ao Braga, que está sempre na mente dos adeptos, mas nem é o mais importante.
O Braga empurrou a Liga para a frente e o Vitória pode empurrar mais ainda. Só eles os dois, juntos, podem criar uma classe média genuína que depois reboque outros. É esta a importância das eleições, que já têm três candidatos e devem ser seguidas atentamente por quem gostaria de uma liga maior. Para uma liga maior, tem de haver clubes maiores, mas uns têm os ossos mais largos do que outros. O Vitória é a hormona de crescimento do futebol profissional.