Quando se aborda, por exemplo, a saída de Marega do FC Porto, esquece-se a alternativa: a renovação ocuparia com um jogador já sem esperança de venda um lugar com muito potencial no mercado.
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Há uma séria possibilidade de que Taremi não estivesse apenas a conjeturar quando disse a um jornalista iraniano, já lá vão quatro semanas, que o FC Porto devia vendê-lo.
Se o Paris Saint-Germain não viesse ao Dragão raptar Vitinha, outro ou outros jogadores teriam de ser negociados para acertar as contas da SAD, e isso faz-se enviando os agentes procurar compradores no mercado.
Ou seja, Taremi saberia, porque o agente dele lho diria.
O que fazia dele um bom, como é que se diz?, "ativo" eram os 26 golos e 16 assistências e, sim, uma gestão sensata consideraria esses números uma oportunidade única para vender um avançado de 30 anos. A gestão sensata não existe para ser entendida pelos adeptos, nem por uma vasta franja dos comentadores, e, se calhar, nem pelos treinadores. Quando se aborda, por exemplo, a saída de Marega do FC Porto a custo zero, esquece-se a alternativa: a renovação de contrato significaria ocupar com um jogador de 30 anos, já sem esperança de um negócio futuro, um lugar com elevado potencial no mercado (como são todos os do ataque). Uma especulação/exemplo prático: se Herrera tivesse renovado, em 2019, Vitinha seria vendido por 40 M€ em 2022? Não importa se foi planeado. Ou a vaga existia ou não.
O fracasso, nesses casos, não aconteceu na renovação, mas no facto de Marega e Herrera não terem sido transferidos antes do fim do contrato, conforme o planeado. Para que um clube viva de vendas, precisa de jogadores vendáveis em posições vendáveis, e isso também implica ir limpando o onze de obstáculos a que esses jogadores despontem, por muito que ler isto enfureça os adeptos. O que Taremi fez foi dar uma aula de mercado para totós em menos de um parágrafo.