Ou a paz ou o conflito. Pedir foguetes quando Rui Costa recusa a tribuna a Pinto da Costa é exatamente o mesmo que pedir mísseis. Já vai sendo tempo de perceber que são os adeptos quem decide.
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1 - Vamos ver se nos entendemos: não são conciliáveis os aplausos efusivos por Rui Costa e Pinto da Costa não se sentarem juntos na tribuna da Luz e as lágrimas de crocodilo (pré-histórico) de cada vez que há um conflito rasteiro entre Benfica e FC Porto.
Têm de escolher, ou são pela reconciliação ou são pelo conflito. Pelas duas ao mesmo tempo, digamos que é um desafio filosófico que a maioria das pessoas que costumamos ouvir na televisão não está à altura de ganhar, nem de perceber.
Nada contra uma guerra aberta. Será sempre melhor assumir o ressabiamento e a incapacidade para ultrapassar reveses antigos do que a dualidade de considerar Pinto da Costa o anticristo e, ao mesmo tempo, exigir a paz e harmonia com os portistas, que não partilham dessa opinião. Assumamos o litígio e calemo-nos quando houver consequências. A alternativa reparte-se entre a hipocrisia e a estupidez.
2 - Depois de rasparmos toda a camada adiposa dos piores comentários televisivos, o Benfica é um adversário de alto risco para o FC Porto e vice-versa. Seria muito pateta desconsiderar Darwin e Rafa, no contra-ataque, e igualmente desavisado ignorar os 58 jogos sem perder da equipa de Conceição.
O FC Porto não é o Sporting, e o Benfica também não é. No sábado, o campeonato oferece-nos um dos mais interessantes desafios táticos dos últimos tempos, entre uma equipa que está habituada a ganhá-los e outra que tem vivido, literalmente, para estes jogos, à falta de melhor objetivos.