O Prémio Carlos Machado é uma forma de manter a chama de integridade, companheirismo, serenidade e bom senso que sempre nos guiou e que fez d"O JOGO, acima de tudo, um jornal de boa gente
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Sem surpresa, quando chegámos à academia de Alcochete, tínhamos toda a equipa técnica do Sporting à espera. Rúben Amorim fez ponto de honra em partilhar as muitas distinções de 2021 com as pessoas que o acompanharam e que ele reverencia com frequência na sala de Imprensa.
Numa redação deve suceder o mesmo. Nem sempre o produto final basta para fazer justiça às dezenas de contribuintes para cada edição diária. No exemplo do Carlos Machado, nosso Chefe durante mais de duas décadas, dez mil edições não dizem tudo, nem poderiam. Não se inventou ainda forma de imprimir o papel de um jornalista de mangas arregaçadas que influenciou muito mais do que podia escrever, um homem de mil histórias, um guardador de rebanhos de um pequeno jornal que conhecia quase desde a origem e com cuja genética se confundia.
Dez anos mais jovem do que ele, guardo o primeiro conselho que me deu, ainda sem responsabilidades hierárquicas, perante a primeira saída difícil: "Escreve para gostares do que escreveste." Nunca mais procurei fazer outra coisa. Acredito que quase todos os caminhantes deste jornal têm uma frase assim, dita por ele, a guiá-los pela vida agreste do jornalismo. Era uma obrigação manter aceso esse farol de integridade e companheirismo, de serenidade e bom senso, que fez d"O JOGO, acima de tudo, um jornal de boa gente.
À esposa Tuxa, pedi o sacrifício de continuar a partilhar connosco, todos os anos, o enorme Carlos Machado num prémio que eu próprio gostaria de ser digno de receber um dia. Por felicidade, a primeira edição teve como escolha incontestável alguém com muitos pontos em comum. O prémio de um homem de Redação para um homem de Equipa.
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