O andebol está prestes a acabar em glória uma época que (ainda) não teve o devido reconhecimento
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Vamos falar de andebol, porque tem sido bem menos notícia do que merece. A época foi impressionante, cá dentro e sobretudo lá fora, para os clubes e para vários jogadores que, devagar, ganham estatuto nas maiores equipas do mundo. Gilberto Duarte, no Barcelona, esteve próximo de ser o primeiro português campeão da Europa. O andebol é a modalidade coletiva que mais se aproxima do futebol nos resultados internacionais, desde os tempos de Alexander Donner no magnífico ABC que interrompeu a sonolência andebolística dos anos 1990.
O FC Porto de Obradovic, a aposta de Bruno de Carvalho num Sporting estratosférico e agora a revolução de Magnus Anderson no regresso portista aos títulos, para além de uma fertilidade, na formação, que também pede meças ao futebol, redundaram numa época ultracompetitiva e cheia de grandes momentos. A Liga dos Campeões sportinguista foi histórica, mais ainda nos desempenhos do que nos oitavos-de-final inéditos, e a "final four" da Taça EHF disputada pelo FC Porto não lhe ficou atrás em nada, como não ficou também a final da Chalenge jogada pelo Madeira SAD.
Mas o cúmulo do entusiasmo tinha de ser atingido pela Seleção, em Guimarães, onde a inatingível França (seis vezes campeã mundial, três delas desde 2011) caiu, reabrindo a Portugal as portas das fases finais, 13 anos depois da última participação, ainda embalados pelo impulso de Donner. Havia que fazer justiça. Esta edição especial é um contributo.