Em 2017/18, fez dois jogos completos e quatro acima dos 70 minutos. Em 2021/22, 21 completos e só sete abaixo dos 70 minutos. A medida do que Vitinha, Fábio e João Mário têm para crescer.
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Quem conhecer Otávio hoje achará difícil conceber que, em 2017/18, ele não tivesse pulmões para hora e meia do futebol de Conceição. Nessa primeira época, fez apenas dois jogos completos e só em quatro durou mais de 70 minutos. Na seguinte, em 44 utilizações, subiu para oito jogos inteiros. Em 2021/22, foram 21 jogos completos (em 49) e apenas sete abaixo dos 70 minutos de utilização.
Há uma base de pura resistência física, e adaptação à intensidade, nas ideias de Conceição que não se pode separar do potencial técnico.
É por isso que, no fim da primeira época de Vitinha, Fábio Vieira e João Mário em verdadeira alta competição, será arriscado tirar conclusões sobre o que cada um deles poderá jogar no futuro, até porque são mais jovens do que era Otávio em 2017. Dos três, apenas Fábio não quebrou durante a época (ou não se deu por isso), mas foi de longe o mais poupado pelo treinador. O Vitinha final teve bastante menos gás e lucidez do que o inicial, e João Mário lutou, claramente, contra o desgaste de ser lateral a tempo inteiro, até na enfermaria.
Num programa recente do Canal 11, o central António Silva, sub-19 do Benfica, falou das diferenças radicais de intensidade que notou quando experimentou a II Liga. Pensemos agora no que são 40 e muitos jogos pela mais intensa de todas as equipas da I Liga para percebermos a nova realidade em que Vitinha, Fábio Vieira e João Mário aterraram aos 21 anos, menos dois do que contava Otávio em 2017.
Luis Díaz, Evanilson, Zaidu e o próprio Uribe são outros exemplos de criaturas da intensidade geradas pelo treino de Conceição. Com ele, é quase inevitável. Daí a expectativa: como serão aqueles três na próxima época, já com uma maratona nas pernas?