Os 120 milhões de euros garantem o empenho do clube e do treinador. Ninguém sacode dos ombros uma transferência destas
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O cadastro de Simeone, treinador do Atlético de Madrid, com jogadores contratados em Portugal é péssimo e piora com os mais novos, sim. À primeira vista, João Félix também não parece um encaixe perfeito naquele futebol, como deveria ser, atendendo a que custa 120 milhões de euros. Mas os jogadores de 19 anos transformam-se. No Atlético ou noutro grande clube, Félix terá a proteção do preço, que será uma espécie de bênção e praga ao mesmo tempo. Vai ser um trabalho conjunto, dele e de quem põe a cabeça pelos 120 milhões, treinador incluído.
Tudo isto exige ideias claras e muita informação por parte de quem compra. Félix não será um palpite, nem um capricho. Ninguém assinará um negócio tão grande com a ilusão de fazer dele um Jardel, um velocista ou um pittbull do meio-campo. Nunca será uma daquelas transferências que depois se varrem discretamente para debaixo do tapete, pelo mediatismo que carrega. Félix continuará a precisar de uma mentalidade fora do normal, mas esse é um requisito mínimo para quem quer viver naquele patamar.
Piores são as compras menos responsabilizantes ou os clubes desestruturados, como o Milan de André Silva, por exemplo. Porque, para um jogador de futebol que começa, muito mais nefasto do que a pressão ou os holofotes, é o esquecimento. Disso, João Félix está livre por uma mão cheia de anos.