Os problemas do FC Porto são quatro pontos a menos no campeonato e três na Liga dos Campeões. O resto resume-se à autocrítica, mas não do treinador, que não pode escapar-lhe
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1 - O FC Porto não vencerá o Paços de Ferreira, nem emendará a Liga dos Campeões, na sala de Imprensa, por muito que Jorge Simão consiga encolher o campo esta tarde.
As questões do FC Porto são práticas: tem quatro pontos de atraso no campeonato e três na Champions, e, por regra, não defende tão bem como o Sporting, nem ataca tão bem como o Benfica, e terá de voltar a jogar com Liverpool e At. Madrid.
Que Sérgio Conceição é o único responsável, como disse ontem, todos sabemos. E também sabemos que ninguém como o treinador, essa criatura condenada à solidão, conhece o estado de dependência em que vive. É impossível liderar contra os jogadores, mas também é impossível liderar jogadores sem capacidade de autocrítica, que não saibam avaliar se respeitaram as instruções ou se falharam.
Todo o imbróglio desta semana se resume a essa pergunta: ou cumpriram ou não. Em caso de resposta negativa, o passo seguinte é como trazer de volta o rigor, que costumava ser diferente no campeonato e na Liga dos Campeões. No passado, Conceição soube capitalizar estes maus momentos.
2 - Esperemos que Rúben Amorim tenha a sorte de, ao contrário dele, os seus médios gostarem de ver os jogos dos adversários, neste caso do Benfica. Dizer que não trocava nenhum deles por João Mário é um senhor elogio, e até acredito que seja verdadeiro.
Amorim queria, claramente, outro tipo de jogador, menos leve, e não há mal nisso. Mas João Mário continua a ser um craque de outro patamar, na ideia e nas mãos certas.