JOGO FINAL - Não sei se a Liga caminha para a excelência, como espera Pedro Proença, mas sei que caminha para Sul
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Pedro Proença assumiu o compromisso de liderar, nos próximos quatro anos, o "salto para a excelência" da Liga de futebol profissional, mas são poucos, ou nenhuns, os sinais de evolução. No máximo, podemos dizer que pouca coisa dependia do presidente e o mesmo vai acontecer neste mandato. A Liga é um submarino numa autoestrada.
Serve para vender o futebol que não tem e para impor uma autoridade que não lhe dão, enquanto cá fora reina a desordem telecomandada e consentida. O fim à vista é a simples trasladação do futebol profissional para Lisboa, apesar de estar quase todo concentrado de Aveiro para cima. Chamam-lhe descentralização.
Vai fazer-se por gula de uns e apatia dos outros, à revelia da macrocefalia lisboeta e do contrassenso que a mudança significa. Vai fazer-se placidamente e sem oposição, cumprindo à risca um dos desígnios expostos pelos e-mails do Benfica - e dos quais também os associados da Liga se esforçam ao máximo por não tomar conhecimento. Talvez a Federação recupere o futebol profissional e saiba vendê-lo. Mas, se acontecer, também será uma derrota do Norte. O fracasso da Liga será o fracasso do Norte. É ali que estão os votos, há décadas.
Se a Liga não tem hoje a dimensão que devia ter é porque os clubes do Norte preferiram ser lacaios do que donos dos seus destinos, para além de gestores incompetentes. São também cada vez mais fáceis de manipular, à medida em que o futebol profissional se enche de SAD cujos proprietários, tanto quanto a Liga conhece, até podem ser outros clubes portugueses. Não sei se a Liga se encaminha para a excelência, como espera Pedro Proença, mas está bem à vista em que direção segue.