A desordem esteve lá, como sempre, mas a vontade resolveu aparecer também e os talentos desconexos encurtaram as distâncias para o Ajax. Um aviso para o FC Porto, que é o Ajax da Lázio.<br/>
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O Benfica abriu uma janela na Liga dos Campeões que serve, ao mesmo tempo, de aviso para o FC Porto.
O futebol voltou a ser confuso, mas, ao contrário do campeonato, os jogadores quiseram e isso bastou para atrapalhar um Ajax muito superior no papel e na clareza de espírito.
Quando se tem talentos individuais, a vontade pode ser suficiente para superar as deficiências táticas, e não nos enganemos, estiveram lá todas. Na primeira parte, o Benfica pareceu esquecer-se de com quem jogava, ofereceu espaço e fez do jogo uma lotaria de ataques que só poderia beneficiar a melhor mecanização do Ajax. Escapou do 1-3 por um cabelo. Na segunda, corrigiu o devaneio, o campo abriu-se aos contra-ataques e a máquina neerlandesa bloqueou, embora continuando a picar o ponto lá na frente, porque até a magia da vontade tem limites. É preciso mais do que isso para pôr a defesa do Benfica em ordem.
No fim, o ataque que conseguisse ter discernimento ganharia: nenhum teve, daí o empate. Em Roma, o FC Porto é o Ajax da Lázio. Nesta edição, o avançado Beto, da Udinese, quase promete a vitória de Conceição, mas a equação é a mesma do Benfica, talvez até mais complicada. É diferente juntar a vontade a Darwin, tão decisivo como imaturo, ou juntá-la a Immobile, um Bota de Ouro com cicatrizes de mil batalhas. Quando se tem jogadores assim, basta um pequeno erro do adversário para pôr a ridículo as superioridades táticas que eram tão evidentes na véspera. O FC Porto é melhor do que a Lázio, como o Ajax é melhor do que o Benfica, mas os jogos que o demonstraram são agora apenas resumos de vídeo no Youtube.