FOLHA SECA - Um artigo de opinião de Carlos Tê
Corpo do artigo
Há dias, num painel da Sky Sports, alguns ex-jogadores comentavam o despedimento de Nuno Espírito Santo do Nottingham. O consenso sobre as regras do jogo era total: os adeptos do Forest adoravam o treinador, mas o dono do clube era o patrão, os adeptos não riscavam nada.
O antigo defesa do Arsenal, Paul Merson, elogiou o trabalho de Nuno ao ponto de o colocar, na galeria do Forest, apenas abaixo do lendário bicampeão europeu Brian Clough, mas acusou-o de ter feito tudo para ser despedido ao admitir, numa conferência de Imprensa, as suas divergências com o proprietário, Evangelos Marinakis, sobre a constituição do plantel. Tim Sherwood, com uma vida no Tottenham, concordou com Merson: é insensato divergir publicamente do lorde da mansão, que pode fazer tudo, incluindo entrar em campo no fim dum jogo mau e descompor o treinador à frente dos adeptos, da equipa, da televisão - é apenas uma conduta pouco ética, admissível num opulento armador grego que se diverte a gerir uma carteira de clubes de futebol.