Para variar, Luis Díaz vale mesmo os 80 milhões de euros da cláusula, pelo menos. Uma venda muito abaixo disso seria, na verdade, dinheiro deitado fora cinco meses mais à frente
Corpo do artigo
O pior que poderia acontecer ao FC Porto, no atual estado de graça, seria ter de aceitar uma proposta mediana por Luis Díaz.
Nem os adeptos entenderiam, nem a vantagem financeira seria mais do que uma ilusão, porque pressuporia uma perda substancial dentro de cinco meses. Para variar, Díaz vale os 80 milhões de euros da cláusula.
Em comparação com jogadores que foram transacionados acima desse valor, recentemente, justificaria até mais do que isso, pela posição, pelo destaque internacional e pelo flagrante delito com que choca os observadores em todos os jogos. Vendê-lo assim, em contraste com o momento futebolístico da equipa, seria bater no fundo e reconhecer que o FC Porto atingiu o grau máximo de impotência económica.
Mas alguma decisão dura terá de ser tomada, como acontecerá no Sporting e talvez no Benfica, onde também se reza pela possibilidade de a tomar, embora com menos pais-nossos e ave-marias do que no Dragão. Não se trata de vender quem se quer, mas quem se pode. Não sendo Díaz, se sair, Palhinha também será um valente pontapé na equipa de Amorim.
Por uma boa meia hora, regressámos ao virar do século. O Boavista chegou a tocar com os dedos na final da Taça da Liga, duas décadas depois de ter começado a descer do Evereste, aos trambolhões. Tal como o Benfica, jogou sem vários dos protagonistas da época, mas os planteis são incomparáveis.
Petit merecia a final porque, dentro das dificuldades comuns aos dois contendores, tinha uma distância muitíssimo maior a cumprir para ser melhor do que o Benfica, como foi, de facto, e com números difíceis de conceber num jogo a eliminar. A ironia esteve no último penálti do desempate, marcado por Weigl com uma certeza e uma personalidade totalmente opostas ao que fora a sua equipa até um minuto antes.