Numa equipa a precisar de cinco titulares novos, um jogador-chave já semi-adaptado é bem visto. E veste melhor que Brahimi as ideias de Sérgio
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Sérgio Conceição é um treinador que precisa muito de um craque e Bruma é um craque que precisa muito de um treinador. O extremo que o FC Porto se prepara para comprar ao Leipzig também tem a vantagem de ser português e de dispensar adaptação, o que pode ser importante numa equipa que vai precisar, no mínimo, de cinco titulares novos. É uma contratação pragmática, talvez a primeira de um avançado, em dois anos, que encaixa a cem por cento na ideia de Conceição, pelo menos no papel.
Mas Bruma também precisa de um treinador que o entenda. Faz parte da tribo dos prematuros. Saiu da I Liga aos 18 anos, depois de 13 jogos no Sporting. Até jogou muito - 180 em seis épocas - e reuniu muita experiência importante. Conheceu três campeonatos (turco, espanhol e alemão), fez 14 jogos de Liga dos Campeões, mais 17 de Liga Europa, mas falhou a explosão que se esperava. Sérgio Conceição e o regresso à liga portuguesa podem dar-lhe a consistência que falta e talvez o golo. Bruma raramente marcou tantos como prometia (o máximo foram 11 em 2016/17), sobretudo num jogador destro (como Brahimi) que parte da esquerda.
Traz uma forma diferente de desequilíbrio, mais potente e vertical do que a de Brahimi, a par de uma falta de objetividade parecida com a do argelino e que o torna menos produtivo do que poderia ser (tal como o antecessor). Parece mau, mas também é bom, porque completa o quadro que faz desta, à partida, uma contratação muito acertada. Chega já semi-adaptado, encaixa bem no perfil, tem grande rodagem internacional e - o mais importante em quem custa 15 milhões - um razoável potencial de crescimento.