Ser o campeão da formação é importante, mas a autopromoção também. O FC Porto tem de saber (e querer) trabalhar a imagem
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O título de juniores A do FC Porto é o terceiro em cinco épocas e o quarto das últimas dez, à frente de Sporting (3) e Benfica (2). O título europeu que também ganharam é inédito, sim, mas já na época anterior tinham jogado a "final four", entre outras boas classificações na prova. Do currículo da formação, só nos últimos três anos, consta também uma vitória (inédita) na Premier League International Cup e um título (inédito com equipas B) de campeão da II Liga, ambos sustentados em jogadores da formação.
Nesses mesmos três anos foram vendidos quatro jogadores fabricados no Olival por um total de 81 milhões de euros; André Silva, Rúben Neves, Diogo Dalot e Gonçalo Paciência. Entre eles fizeram 175 jogos pela primeira equipa do FC Porto, dos oito de Dalot aos 93 de Rúben. As escolas portistas não têm, e raramente tiveram, mau rendimento: têm é má promoção, o que não significa necessariamente má imprensa, como sugere Pinto da Costa.
O FC Porto também tem de saber vender-se. Primeiro, porque os adversários sabem (e ele assume que sabem). Depois, porque o sucesso do recrutamento depende muito do encantamento que os miúdos e os pais tenham pelo clube, pela sofisticação das condições, pelas habilitações dos treinadores, pelas vitórias e (nesse ponto, Luís Filipe Vieira está certo) pela miragem das portas abertas na equipa principal. A melhor Imprensa da formação benfiquista é um problema, claro, mas um problema do FC Porto que cabe ao FC Porto resolver.