A parte mais fácil de esclarecer pelos clubes portugueses que o quiserem contratar é a do comportamento. Se voltar, voltará muito mais escrutinado que qualquer reforço sul-americano
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Um pequeno segredo profissional que pode custar-me a expulsão da irmandade dos jornalistas: há melhores maneiras de conhecer o íntimo de um jogador do que ler notícias sobre ele, principalmente se quem está interessado nisso é um clube de futebol.
O FC Porto ou o Benfica só serão surpreendidos pelo bom ou mau comportamento do central Rúben Semedo se quiserem. As fontes possíveis são inúmeras, de colegas a treinadores portugueses, incluindo Pedro Martins, que acompanhou ao vivo o episódio recente da acusação de violação.
Essa é uma discussão estéril, embora a informação de que, no Benfica, o consideram arriscado (contra a vontade de Jesus) e no FC Porto pensem o contrário sugira que um deles está errado. Retirada a película de especulação sobre o que não é especulável, Semedo reúne uma mão cheia de pré-requisitos para contratação de janeiro.
Não precisará de adaptação ao campeonato, tem calo de Liga dos Campeões e preenche o perfil certo para um defesa central de equipa grande (muito difícil de encontrar por estes dias, como demonstra a longa lista de fracassos do Benfica nessa matéria, até chegar Lucas Veríssimo).
Para além disso, como o Olympiacos se preocupa mais com as notícias que as pessoas leem do que com a opinião do treinador, ele está a preço de saldo, ao contrário do que sucedia no verão quando chegou a ter um pé no FC Porto, conforme O JOGO noticiou em devido tempo.
No Dragão, Semedo pode ser mais importante do que na Luz. Dos três centrais utilizados esta época por Conceição, um sai dentro de meses (Mbemba) e Pepe, por muito que dure o prazo de validade, está perto do fim da linha. Não custa a entender que o cenário também pareça perfeito ao jogador.