A vitória moral, de que Conceição faz bem em não gostar, começa a discutir-se agora, depois de FC Porto, Sporting e Benfica terem tornado verosímil a hipótese de apuramento para os "oitavos"
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A duas rondas do fim da fase de grupos, Sporting, FC Porto e Benfica não dependem de esforços alheios. Todos podem apurar-se para os oitavos da Liga dos Campeões, excentricidade que, alvitrada no dia do sorteio, teria parecido uma piada e por boas razões.
Não vêm ao caso só os nomes dos adversários. Os currículos portugueses, mesmo o do FC Porto, desaconselhavam otimismo, mais ainda para aquele nível de dificuldade. Mas nada desmentiu essas previsões, calma.
No cenário mais provável, o FC Porto precisará de bater em casa o Atlético de Madrid, o que até parece simples, como pareceu esta "eliminatória" ganha ao Milan renascido.
Não se percebeu bem se ontem Rúben Amorim estava ser lúcido ou ressabiado quando lembrou "o treinador sem experiência" que foi goleado pelo Ajax à entrada na prova. Contra um Besiktas frágil, admitamos, o Sporting excedeu os mínimos de competência e isso muito foi bom, mas Amorim sabe que ganhar ao Borússia Dortmund pede outros argumentos e que será esse o verdadeiro exame de admissão à Champions. "Não nos deixamos iludir." A boa notícia para os sportinguistas é que este treinador não se perde em devaneios nem lirismos. Quatro jogos de Liga dos Campeões para o "inexperiente" Amorim valem por doze, como valeram para Conceição, da mesma estirpe intelectual.
Resta Jesus, tratado com a veneração devida a um decano pelo colega Naggelsmann, em Munique. Camp Nou vai pô-la à prova e já sem a justa desculpa de ter pela frente uma equipa medonha: só um ataque de 60 milhões de euros à disposição e uma oportunidade única de redenção pessoal na Champions.