"Vamos ver se os ciclistas não terão de ir para a porta da Assembleia da República protestar"
Paulo Couto, presidente da Associação de Ciclistas Profissionais, teme pelo futuro dos corredores, mas acredita que a Volta a Portugal vai realizar-se
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O adiamento da Volta Portugal para o mês de setembro mereceu a reação de Paulo Couto, presidente da Associação de Ciclistas Profissionais, que, em declarações a O JOGO, se mostrou confiante na realização da Grandíssima, temendo, contudo, pela situação financeira de muitos ciclistas.
"Quero acreditar que vai haver Volta a Portugal. Até ao final do ano, penso que é possível fazer a Volta. Vamos ter o Tour em setembro, o Giro em outubro e a Vuelta em outubro/novembro... Esta decisão é um balde de água fria, mas as outras Voltas também foram repensadas. Vamos esperar que o organizador continue firme na vontade de fazer a Volta a Portugal", afirmou Paulo Couto, avançando: "Infelizmente, é uma situação que é mais gravosa para os corredores. 70 por cento dos corredores estão com quebra de rendimentos e, sem Volta, tudo ficaria pior. O ano não terminou e é prematuro falar, mas há quebra de rendimentos em quase todas as equipas, Há corredores em dificuldade, com rendimentos cortados pela metade, vamos ver se, à semelhança de outros, os ciclistas não terão de ir para a porta da Assembleia da República protestar."
O representante dos ciclistas fala ainda em soluções: "Não sei se o problema está com o organizador ou com as autarquias, o certo é que a federação terá de encontrar outras soluções. Tivemos uma reunião com equipas e federação e sugerimos que se encontre outras soluções. A Volta pode realizar-se noutros moldes, com menos dias... O importante é termos uma prova com o nome Volta a Portugal. De igual forma que outras provas noutros países se estão a realizar, temos condições para fazer a Volta. Outras provas, como o Challenger Bruno Neves, o Troféu Joaquim Agostinho estão marcadas, por isso acreditamos que a Volta pode realizar-se."