"Com Volta, muitas equipas terão dificuldades. Sem Volta, 50 por cento não se mantém no pelotão"
Carlos Pereira, diretor desportivo da Efapel, mostrou-se surpreendido com o adiamento da Volta a Portugal. Teme que se não houver prova, muitas equipas terão de fechar
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No dia em que se tornou público o adiamento da Volta a Portugal, apontada agora a setembro, Carlos Pereira, diretor desportivo da Efapel afirmou que "não estava nada à espera".
"Adiado para setembro? Neste jogo do empata, começo a ter as minhas dúvidas. Não gostaria de colocar o cenário de não haver Volta. Na eventualidade de se colocar, é simplesmente desastroso", refere o dirigente, abordando o facto de algumas autarquias terem recusado a passagem da Volta pelos seus municípios: "É uma falsa questão. Trata-se de uma responsabilidade social. Cada pessoa tem de ser responsável. Como se controlam as praias e as feiras? As pessoas têm de estar protegidas, não estando, não vão ver a Volta. As autarquias têm o direito de não querer a Volta, mas não estão no direito de dizer que o ciclismo é mais contagioso do que qualquer outra atividade."
Para Carlos Pereira, "federação e Podium deviam ter tido atempadamente um plano B": "Em países como Itália, Espanha, França com um rácio de infeções superior, não puseram em causa a realização das grandes Voltas. Não quero acreditar que não se faça Volta. Se acontecer seria um processo mal gerido."
Os problemas financeiros vão, na opinião do diretor desportivo, agravar-se para muitas equipas: "Tenho a certeza absoluta que pode haver equipas a fechar. Há equipas que não vão sobreviver. Mesmo havendo Volta, há equipas que terão dificuldade em manter-se no pelotão, não havendo 50 por cento não se mantém."
Para dar o exemplo da sua equpa, Carlos Pereira anotou: "A Efapel tem demonstrado uma solidariedade grande, esteve sempre ao nosso lado e estará mesmo não havendo Volta."
"A Efapel como empresa e patrocinador até ao momento cumpriu sempre, não houve qualquer corte. Em relação ao retorno que o patrocinador deveria ter, caso não exista Volta, falamos num retorno normal na ordem dos cinco/seis milhões de euros. Mesmo com Volta temos uma quebra no retorno de 30 por cento, porque não houve calendário ate agora", rematou.