Depois de ter terminado com o reinado de 15 anos dos Sébastien no Mundial de ralis, estónio que já viveu dias difíceis deverá juntar-se a Thierry Neuville e fazer mexer o mercado.
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As voltas que o mundo dá! Depois de anos difíceis, em que chegou a perder o lugar na Ford M-Sport por duas vezes, Ott Tanak transformou-se no piloto mais pretendido do Mundial de ralis e, tal como o seu antecessor, Sébastien Ogier - tanto como detentor do título como na posição de mais cobiçado -, colocou muitas hipóteses até se decidir pela revolução: o estónio de 32 anos deverá ser anunciado dentro de dias como piloto da Hyundai, depois de ter estudado uma proposta de cinco épocas da M-Sport e outra de renovação da Toyota.
A mudança do estónio que terminou com os 15 anos de domínio dos dois Sébastien (nove títulos de Loeb e seis de Ogier) ainda não foi oficialmente confirmada, mas já vinha a ser anunciada há dias e tornou-se praticamente certa na noite de domingo, quando perguntaram a Thierry Neuville como seria fazer equipa com Tanak.
"Estou muito aberto a isso. Prefiro ter o Tanak na Hyundai do que contra mim num Toyota. Com ele, o Hyundai vai desenvolver-se mais depressa e isto revela a motivação da equipa para as próximas épocas", disse o belga ao Autosport.com, que anunciara a junção dos dois primeiros pilotos do Mundial, ficando um terceiro Hyundai i20 para repartir entre Dani Sordo e Sébastien Loeb.
Isto significa também que Craig Breen e Andreas Mikkelsen, ambos de saída da Hyundai, mais Kris Meeke e Jari-Matti Latvala, ainda terão de esperar para ver o seu futuro definido, no caso dos dois últimos por a Toyota já ter contratado Kalle Rovanpera e só estar interessada em manter Tanak. Meeke, consta-se, estará mais perto de ficar.
O novo campeão ainda não comenta a mudança, que fez lembrar as indecisões de Ogier desde que a Volkswagen deixou os ralis, mas lembra que já passou momentos difíceis. "Já estive no fogo e na água", comentou Ott Tanak, recordando que no México caiu com o Ford Fiesta num lago (2015) e que em Portugal (2016) esteve no meio de um incêndio ao despistar-se no mesmo local de Hayden Paddon, cujo Hyundai fez arder uma floresta minhota.
"Passei por muitas dificuldades, mas hoje sei que isso me deu forças para finalmente chegar aqui. Nunca me deram nada, tive sempre de lutar por tudo", garantiu Tanak. Entrando no Mundial em 2010, num programa da Pirelli para novos pilotos, o estónio viveu depois cinco épocas de altos e baixos com a Ford, até começar a vencer e ser visto como um piloto de topo em 2017.