Pilotos ironizam, público já votou contra e a necessidade de mais segurança é subjetiva
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A barra de titânio fixada em três pontos que recebeu o nome de halo ainda se vai estrear em corrida, mas já é uma das mudanças da Fórmula 1 mais contestadas de sempre - 88% de reprovação do público, em sondagem recente. "É um erro absoluto. A estética é fatal. Destrói o ADN de um Fórmula 1", acusou Niki Lauda, embora esteja ligado à Mercedes, a equipa que em 2015 sugeriu o novo sistema de segurança.
A verdade é que a F1, com um único acidente fatal desde 1994, ano em que a morte de Ayrton Senna originou mudanças radicais, já era dos desportos mais seguros do mundo. E a outra verdade é que o halo, preparado para aguentar o embate de rodas - "Elas já não se soltam, estão presas ao chassis", ironizou Lauda -, não salvaria Jules Bianchi, que faleceu por ter embatido com a cabeça num trator, em 2014, nem deveria travar a peça que acertou na cabeça de Felipe Massa em 2009, pois a sua proteção nesses casos é de 17%.
Pior ainda, vai obrigar os organizadores a colocarem semáforos ao longo da grelha de partida devido à falta de visibilidade por parte dos pilotos. E há mais. "Os capacetes não se veem e, por isso, nem sei se vou decorar o meu. O melhor era pintar os halos de cor diferente para distinguir os pilotos", sugeriu Sebastian Vettel.