Covid-19 ensombra a CAN: vários surtos nas seleções e lotação dos estádios limitada
Adiada por um ano devido à pandemia, a competição inicia-se no domingo, com vários surtos nas seleções. Com lotação dos estádios limitada, os Camarões acolhem a prova, que terminará a 6 de fevereiro, dia em que se conhecerá a nação sucessora da Argélia, vencedora na derradeira edição
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Ensombrada pela covid-19, que nas últimas semanas suscitou dúvidas quanto à sua realização, a CAN inicia-se no domingo. Nação anfitriã, os Camarões acolhem a prova, que decorrerá até 6 de fevereiro depois do adiamento de um ano devido à pandemia. É assim num contexto adverso, após ter sido lançada a hipótese de cancelamento, ou até nova data, que a 33.ª edição da competição arranca.
À entidade organizadora, a variante Ómicron, de mais rápida propagação, trouxe novos desafios. Se na Europa, o número de infeções tem aumentado e colocado em causa diversos encontros de todos os campeonatos, nos Camarões o panorama não é diferente. Várias delegações têm revelado casos positivos entre atletas e staff, confirmando um receio da Associação Europeia de Clubes, que ameaçou não libertar os jogadores representantes de equipas do Velho Continente.
A preocupação subiu de tom, tendo em conta que nos Camarões só 2,42 por cento da população apresentava um esquema vacinal completo, de acordo com dados disponibilizados a 28 de dezembro de 2021. Atenta ao momento e antecipando baixas pela doença, a Confederação Africana de Futebol autorizou que cada país convocasse 28 jogadores, em vez dos habituais 23, mas mesmo assim, os efeitos práticos da medida são relativos.
A Gâmbia é a seleção mais afetada, registando 16 indisponíveis - a maioria por covid - e o Egito, comandado por Carlos Queiroz, cancelou ontem o treino e adiou a viagem para os Camarões por 24 horas, face ao números de casos detetados. "São tempos sem precedentes. Quanto mais difícil a situação, mais unidos e fortes ficaremos", escreveu Carlos Queiroz no Twitter, pouco depois de o guarda-redes Abou Gabal e o técnico de guarda-redes El-Hadary terem testado positivo, bem como Ibrahim Adel. Também na Guiné-Bissau, o capitão Jonas Mendes (Beira-Mar) está infetado e é baixa.
Para tentar controlar a disseminação da doença, a organização limitou a lotação dos estádios a 60 por cento da capacidade. A exceção prende-se com os jogos dos Camarões, seleção orientada por António Conceição, que terá um máximo de 80 por cento da capacidade máxima. A entrada será apenas permitida a quem apresentar comprovativo de vacinação completa, bem como um teste PCR negativo, feito no mínimo, com 72 horas de antecedência.
Com cinco títulos conquistados, os Camarões procuram erguer um troféu que foge desde 2017 e está na posse da Argélia. A seleção de Toni Conceição dá o pontapé de saída diante do Burquina Faso, amanhã, pelas 16h00. Recorde-se que 22 dos convocados jogam nos campeonatos portugueses, sendo o FC Porto, o único dos três grandes a ceder elementos: Nanu (Guiné-Bissau) e Zaidu (Nigéria).
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