CAN'2021 >> Clubes gauleses cederam 105 jogadores às 24 seleções africanas em competição. Das 20 equipas da Ligue 1 só o Lille foi poupado à razia
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Com arranque marcado para o próximo domingo, a edição de 2021 da Taça de África das Nações, adiada para este ano à conta da pandemia da covid-19, voltou a ser tema de intenso debate por provocar uma debandada de jogadores em pleno período competitivo do futebol europeu. Com as listas de convocados, das 24 seleções participantes, devidamente oficializadas pela CAF contabiliza-se um total de 446 jogadores provenientes de 86 campeonatos de 48 países europeus, asiáticos e americanos que rumaram a África para representarem as respetivas equipas (ver quadro). Refira-se que 16 das supracitadas ligas jogam-se durante o verão e estão paradas neste momento.
Inglaterra e Espanha, com 52 e 31 atletas chamados, fecham o pódio. Já o Metz, com sete convocados, é a equipa mais atingida, à frente de Arsenal, Olympiacos, Standard, Nantes e St. Étienne, com cinco
Lar de uma imensa diáspora africana, a França surge como o país mais atingido pela CAN, com 105 jogadores de 53 equipas, divididas por cinco divisões diferentes, convocados para o torneio que se vai estender até 6 de fevereiro. Das 20 equipas que disputam a Ligue 1 apenas o Lille, dos portugueses José Fonte, Renato Sanches, Xeka e Tiago Djaló, foi poupado à razia generalizada. O segundo país mais afetado foi a Inglaterra, com 52 atletas a desfalcarem as respetivas formações nos próximos jogos: 34 deles, com Salah, Mané, Mahrez, Mendy e Partey à cabeça, atuam na Premier League.
A fechar o pódio surge a Espanha, país que chega às 31 baixas, também em cinco divisões diferentes, à boleia do forte contigente que empresta às seleções da Guiné-Equatorial e de Marrocos. Seguem-se Bélgica (27) e Itália (24) antes de chegarmos a Portugal, cuja grande maioria dos 22 jogadores foram chamados para alimentarem as equipas de Cabo Verde e da Guiné-Bissau, os dois representantes lusófonos no torneio que se vai disputar nos Camarões.
A presente edição da CAN vai albergar 446 jogadores vindos de 86 ligas de 48 países fora do continente africano. Destas, dezasseis jogam-se no verão e estão paradas neste momento
Analisando o impacto ao nível das equipas, a do Metz surge como a mais atingida pela CAN. Os argelinos Oukidja e Boulaya, o costa-marfinense Maiga, o maliano Kouyaté, o marroquino Alakouch, o senegalês Sarr e o tunisino Bronn formam o lote de sete jogadores que deixaram de estar à disposição de Frédéric Antonetti, treinador do atual 18º classificado da Ligue 1.
Desta mesma competição vêm dois dos mais diretos perseguidores do Metz: Nantes e Saint-Étienne - que também está na luta pela permanência na elite do futebol francês - têm ambos cinco baixas à conta da realização da CAN. Com esse mesmo número de jogadores convocados surgem o Standard de Liège, o Arsenal e o Olympiacos de Pedro Martins, que ficará sem o cabo-verdiano Gerry Rodrigues, o camaronês Kunde, o guineense Camara, o nigeriano Onyekuru e o senegalês Cissé. Destaque também para equipas ainda envolvidas nas competições da UEFA que colocam, a solo, os seus países no mapa da CAN, como o Sheriff (Moldávia), o Estrela Vermelha (Sérvia) e o Salzburgo (Áustria).