Vítor Bruno e a preparação antes da Juventus: "Por muito estranho que possa parecer..."
Declarações do adjunto de Sérgio Conceição no FC Porto em entrevista ao podcast "Em Jogo", de Luís Viegas.
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Apelo a quem tutela o futebol: "Quem tutela e planeia competições tem de ter o cuidado de não tornar tudo demasiado denso e ouvir os protagonistas que revelam a importância do treino como elemento decisivo para o seu rendimento. A densidade competitiva ao longo deste ano foi gigante e fez-nos ficar privados daquilo que é o treino em si. Os jogadores diziam, quando tínhamos uma semana limpa, que era brutal voltar a treinar, porque voltavam a direcionar o chip para determinadas funções, para as quais não estavam tão ligados, quando a densidade competitiva é grande. Tem de ser um fator a ser tido em conta por parte de quem decide, tem forçosamente de ouvir o elemento principal do jogo, o jogador."
Reflexão sobre o treino: "Em Portugal parece que se treina pouco. Se estabelecermos um paralelismo com outros desportos, como a NBA, o treino é visto como uma arma brutal para poder aproximar os jogadores de patamares muito elevados de rendimento. Estamos a dever um bocadinho, nós, treinadores, áquilo que é o treino. Direcionamos tudo demasiado para questões coletivas, setoriais. Não é que não se deva fazer, mas é a realidade do nosso treino. Este lado mais individual tem pouco investimento, é isso que eu sinto. Estamos incluídos neste pacote, não estou a ser pretensioso."
Preparar a Juventus: "Com a Juventus, por muito estanho que possa parecer, já que no momento estávamos com uma densidade competitiva altíssima, brutal, decidimos encontrar um espaço onde pudéssemos, num dia, fazer um treino bidiário. Pode parecer estranho, mas sentimos necessidade de aportar o máximo de conhecimento aos jogadores e levá-lo ao treino, não ficar apenas pela análise mais teórica e de multimédia. Para que pudessem vivenciar o máximo de realidades possíveis que iam encontrar num jogo onde a relidade é bastante mais complexa."