Vítor Bruno: "cinco ou seis minutos" fulcrais, um desafio em Vila do Conde e o talento
Declarações do adjunto de Sérgio Conceição no FC Porto em entrevista ao podcast "Em Jogo", de Luís Viegas.
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Momento importante em qualquer jogo: "O intervalo é de capital importância. Quando lançamos uma semana assente em determinados pressupostos e depois encontramos uma realidade completamente oposta, procuramos ajustar o que é preciso ajustar e aproveitar aqueles cinco ou seis minutos para voltar a sintonizar toda a gente e reencontrar os caminhos que nos permitam resolver os problemas. Por muito que durante a semana antecipemos cenários, por vezes foge da nossa alçada e temos de encontrar caminhos naquele curto espaço de tempo."
Um desafio em Vila do Conde: "Quando fomos a Vila do Conde na penúltima jornada do campeonato, perspetivámos o Rio Ave a jogar em 4X3X3, que era um bocadinho a sua matriz habitual, com um pivô defensivo bem definido, fosse ele o Filipe Augusto ou o Tarantini e percebemos que era importante anular ao máximo a sua intervenção no processo ofensivo da equipa. E preparámos a nossa dupla de avançados, que geralmente se posiciona de perfil, mas pusemos um dos avançados nas costas do outro, para poder limitar a ação do pivô. E a verdade é que, quando chegámos, deparámo-nos com um cenário completamente diferente. O treinador percebeu que a melhor forma de contrariar o nosso modelo era com uma linha de cinco atrás e depois dois médios à frente, o que acaba por tornar tudo muito insípido. E aqui é importante termos algum cuidado na forma como exacerbamos a questão estratégica ao longo da semana, para nunca ficarmos reféns dela."
Equilíbrio entre estratégia e talento: "Muitas vezes, nós, treinadores, estamos agarrados a uma série de referenciais, em termos de treino, e parece que estamos cada vez mais a castrar o talento e a ação dos jogadores. Não devemos esquecer que o futebol deve ser visto como um meio em que a criatividade dos jogadores se possa expressar ao máximo. Apesar de analisarmos ao máximo os adversários e filtrarmos informação, temos de ter algum cuidado com a forma como tratamos esta informação e como podemos depois limitá-los na sua ação no treino. Não podemos provocar demasiados constrangimentos ao treino."