Equipa da segunda parte do jogo com o Boavista impressionou e deve ter sequência na segunda-feira. A diferença será a troca de Sérgio Oliveira, castigado, por Danilo, que tem ficado no banco
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Danilo Pereira deve ser a maior novidade de Sérgio Conceição na equipa que vai começar o jogo em Paços de Ferreira, à procura da primeira vitória fora de casa após o recomeço do campeonato. O médio, capitão e grande referência do FC Porto, é o eleito para substituir Sérgio Oliveira, que está num excelente momento mas viu o quinto cartão amarelo contra o Boavista e tem de cumprir castigo.
Só esse revés, aliás, impede que Sérgio Conceição possa apresentar em Paços a equipa que esteve em campo na segunda parte do dérbi. Os segundos 45 minutos do jogo foram o melhor que o FC Porto apresentou desde a retoma e o treinador ficou, desde logo, inclinado em repetir a fórmula, da defesa ao ataque. E isso significa retirar da equação Luis Díaz, sacrificado ao intervalo na sequência de alguns jogos menos conseguidos, lançando Uribe também no onze.
Essa foi uma das duas substituições ao intervalo do dérbi e funcionou na perfeição. Otávio passou para a esquerda do ataque, Corona assumiu a direita e Marega juntou-se a Soares no eixo. Lá atrás, Manafá em vez de Tomás Esteves.
Em Paços é para repetir toda esta estrutura, embora a dinâmica possa não ser necessariamente a mesma. Aliás, Conceição já alertou e mudou muitas vezes coisas na forma de jogar, ainda que com os mesmos intérpretes em campo.
Para Danilo, que recupera um lugar de destaque, esta é a oportunidade para se voltar a fixar no lugar de médio mais defensivo que tem sido seu ao longo das cinco épocas que leva no Dragão. O Comendador começou esta reta final de campeonato como titular em Famalicão e contra o Marítimo. Nas Aves, com surpresa, foi para o banco de suplentes e nem entrou. Com o Boavista foi chamado aos 73 minutos para o lugar, precisamente, de Sérgio Oliveira. Com o jogo ganho, o treinador optou por dar descanso ao número 27 e aproveitou a ocasião para ver em campo a estrutura que agora projeta.
O médio está em jejum de golos apesar de só dois jogadores da sua posição rematarem mais. Marcou em todas as épocas desde 2012/13. Tem mais sete ocasiões para tentar
Faltam golos, sobra capacidade nos duelos
Será, também, uma das últimas oportunidades que Danilo terá para marcar o golo que lhe foge. Habitualmente médio defensivo goleador, o capitão não fica em branco desde 2011/12, quando só disputou cinco jogos pelo Parma.
Desde então picou sempre o ponto e intensificou o ritmo desde que passou a vestir de azul e branco: seis golos em 2015/16, quatro em 2016/17 e 2017/18, três em 2018/19. E não é por falta de tentativas. Em 180 minutos nos últimos quatro jogos somou sete disparos, cinco deles em Famalicão (foi quem mais tentou entre os portistas).
Na relação entre remates/tempo de jogo é o terceiro jogador da Liga com mais disparos nesta fase. E, se somarmos toda a temporada, só encontramos dois jogadores da sua posição com mais tentativas por jogo: Pêpê, do V. Guimarães, e Sérgio Oliveira, precisamente o colega que amanhã vai substituir.
E se o ano de Danilo está abaixo do normal em matéria de decisão, os níveis na "destruição" mantêm-se altíssimos, o que também ajuda a explicar esta opção. É o terceiro jogador do campeonato amais eficaz nos duelos aéreos, apenas ultrapassado por Riccieli (Famalicão) e Ricardo Costa (Boavista). E, no mano a mano defensivo, é o melhor trinco do campeonato, como já havia sido nas épocas anteriores.
O Paços é uma equipa muito física e forte nas transições e o seu ponta-de-lança, Douglas Tanque, um dos mais poderosos fisicamente neste campeonato. E está em grande forma, com quatro golos neste período.
Velocidade e exibição valem prémio no onze
Outra das alterações por comparação com o onze que venceu o Boavista deve dar-se na direita da defesa. Manafá entrou muito bem na segunda parte, carrilou muito jogo ofensivo e ajudou a desequilibrar. A competência e a boa exibição valem prémio, mas também a velocidade. O lateral mais rápido do plantel é um trunfo de Conceição para ajudar a travar as acelerações dos extremos pacenses, também eles muito rápidos, como Hélder Ferreira, João Amaral ou Adriano Castanheira.