ENTREVISTA >> O treinador do Sporting é aplaudido pelo candidato Ricardo Oliveira. O desejo é de manter o campeão nacional, mas há um alerta quanto ao futuro, lembrando-se os primeiros anos de mandato de Frederico Varandas.
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Ricardo Oliveira fez questão de esclarecer que conta com Amorim e que se preocupa com o futuro desportivo com a atual Direção.
Falou em falta de estrutura no clube.
-É preciso profissionalizar a gestão. O Sporting está bem desportivamente, mas também esteve há 19 anos e deixou de estar. O Rúben Amorim é um maestro, porque é um grande treinador, um comunicador. Faz muito com pouco. Imagine-se se não tivesse de se preocupar com uma série de coisas que sei com que se preocupa. Ser sportinguista é mais do que uma bola entrar na baliza.
Preocupa-lhe a saída do técnico?
-Nos dois anos de mandato pré-Amorim compraram-se Vietto, Camacho, Rosier, Eduardo, Bolasie e Jesé. Atiraram-se 30 milhões de euros à rua. Entra o Amorim, a maior estrela, e aparecem Porro, Pote, Nuno Santos, Ugarte. Às vezes sou mal interpretado: não ando à procura de nenhum treinador. Quero o Rúben muitos anos, mas quero é que quando ele saia existam estruturas profissionalizantes para não voltarmos à gestão anterior. Melhor do que o nosso treinador ninguém tem. Devíamos profissionalizar o clube com ele. Para já, tem uma ajuda de Antero Henrique [cunhado de Amorim] e de Raúl Costa. Se ele sair, eles vão com ele. Se a máquina estiver bem, mudam-se as peças mais facilmente.
No seu escritório em Lisboa, o gestor de 51 anos tem uma coleção de livros de gestão, psicologia, técnicas de golfe e sobre Angola.
Varandas devia ter abdicado de reforços nesta janela de mercado?
-Se Amorim sentiu a necessidade de reforçar a equipa, tudo bem. Não quero comentar questões técnicas. Não conheço a estratégia do clube. Acho é que o Sporting é um clube de formação. Tudo tem de fazer parte de um projeto definido. A juventude é o futuro e tem de alimentar o futebol profissional. Nunca me assustou um misto entre experiência e a juventude.
Manteria Hugo Viana?
-Não me compete criticar os quadros técnicos. Estará a trabalhar bem com o Rúben. Nota-se que há uma boa relação. É deixar carburar. Os resultados desportivos são bons e ele faz parte da equipa técnica. Todos estão de parabéns.
Gestor representou 67 vezes a seleção de golfe. Assim foi escolhido pela melhor universidade norte-americana para evoluir na modalidade. Rumaria à psicologia, antes de abraçar a gestão e as finanças.
Pensa contratar um grande nome para potenciar a marca lá fora?
-Já passou a altura de dizer que se vai buscar este ou aquele. Se o Ronaldo vier para o Sporting sabemos que ele representaria uma série de coisas boas, mas o nosso projeto não se baseia em fantasias, mas sim num rumo profissional.