"Lote para o meio-campo é curto. Seria bom o Sporting fazer mais um investimento"
Iminentes saídasde Palhinha e de Matheus Nunes obrigam os verdes e brancos a porem mãos à obra.
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As iminentes saídas de Matheus Nunes e de João Palhinha vão implicar uma transformação profunda no meio-campo do Sporting, até porque foram eles os dois médios com mais utilização nas duas épocas e meia de Rúben Amorim à frente dos leões.
Coloca-se, porém, uma questão: as duas saídas obrigam a Direção a ir de novo ao mercado, ou, pelo contrário, Ugarte, Daniel Bragança, Morita e Essugo são suficientes para dar conta do recado?
O JOGO consultou um painel de individualidades ligadas ao clube e a opinião corrente é a de que, neste momento, o lote de jogadores do meio-campo é curto para atacar as provas internas e a fase de grupos da Liga dos Campeões. "Para as provas nacionais, os jogadores que lá estão são suficientes, mas com a participação na Champions seria bom haver mais uma opção. Um jogador de craveira, que tenha qualidade acima da média e que possa ser titular indiscutível na equipa", comentou Tonel, central leonino durante cinco épocas, entre 2005 e 2010 (total de 178 partidas no clube).
Outro defesa com extensa passagem em Alvalade foi Fernando Nélson, lateral-direito que, a O JOGO, manifestou opinião semelhante. "O atual grupo de jogadores para o meio-campo é curto, ainda por cima quando o Sporting vai participar numa prova com a exigência da Liga dos Campeões. É importante o clube estar lá com qualidade e, nesse sentido, seria bom fazer um investimento", disse, explicando que, com a saída de Palhinha, vai fazer falta um jogador "bom no desarme" e que "jogue fácil", sendo "um descanso para a defesa, como acontecia com o Palhinha". Mas Nélson acredita que, ao mesmo tempo, nenhum dos futebolistas que lá estão têm a capacidade de ser "um box to box como Matheus Nunes". Segundo afirma, Daniel Bragança é um "ótimo jogador", mas "não tem essas características". "E o Bragança teve menos oportunidades na última época do que tinha tido na anterior, o que não foi um bom sinal", acrescentou Nélson.
O JOGO falou também com Paulo Abreu, antigo vice-presidente do clube que se mostra descansado com a competência já demonstrada pelos atuais dirigentes. "Confio piamente nas pessoas que lá estão. Já deram provas suficientes e, se acharem que se justifica, vão encontrar alguém que preencha as eventuais lacunas", disse, salvaguardando, porém, que as opções atuais dão garantias de um trabalho de qualidade.
Formado no clube e com quatro épocas nos seniores, Miguel Garcia também tem confiança no grupo atual, mas "se vierem mais ou uma ou duas alternativas" serão bem-vindas. "Para a equipa ser mais competitiva, não só no campeonato nacional, mas também na Liga dos Campeões, precisa de um plantel mais equilibrado e tem que ter jogadores com grande qualidade", acrescentou o autor do golo que colocou o Sporting na final da Liga Europa de 2004/05.