Capitão puxou dos galões e apontou à falta de brio e determinação que o Sporting demonstrou contra o Gil Vicente.
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O Sporting voltou, após ter realizado uma das melhores exibições da temporada na quinta-feira, contra o PSV, a marcar passo nas provas internas: em Barcelos, o leão caiu na teia montada por Vítor Oliveira, perdendo por 3-1 e deixando a liderança do campeonato a 13 pontos de distância.
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Silas apontou em conferência de imprensa a falta de experiência do grupo como um dos fatores para a má gestão do sucesso europeu, mas sabe O JOGO que a maior crítica ao "despiste" no Minho teve Bruno Fernandes como protagonista em pleno balneário.
O camisola 8 dos verdes e brancos puxou da braçadeira de capitão para dar a "dura" a um grupo cabisbaixo e que encaixou sem grandes reações as palavras do internacional português. Falta de brio, determinação e solidariedade nos momentos críticos do jogo foram os pontos-chave do discurso de Bruno, muito mais duro dentro da cabine em relação ao que tinha proferido, minutos antes, à flash da Sport TV. "Faltou atitude e personalidade. Não estivemos no jogo e deixámos o Gil Vicente ser sempre mais agressivo do que nós. Criaram muitas mais oportunidades, o que é impensável", explicara, rematando: "O nosso problema foi entrar na segunda parte da mesma forma como entrámos na primeira, sem agressividade e intensidade. Não há explicação para o que aconteceu."
"Faltou atitude e personalidade. Não estivemos no jogo. Deixámos o Gil ser mais agressivo"
Desespero no relvado
Capitão mas também a extensão das ideias do treinador dentro de campo, Bruno Fernandes foi, à medida que o fim do jogo se aproximava, dando sinais cada vez maiores da insatisfação perante aquilo que estava a acontecer dentro das quatro linhas. Ainda com o 2-1 no marcador, desceu para a primeira zona de construção para dar linhas de passe aos colegas, abrindo por diversas vezes os braços para que lhe passassem a bola. Sentiu aí - e transmitiu-o no balneário - que a equipa já não se conseguiria encontrar e que tudo isto foi apenas uma consequência do facto de a maioria dos futebolistas não ter dado a mão ao colega do lado; no fundo, de desistirem... cedo.
Personalidade, atitude e falta de ajuda entre colegas nos momentos de desvantagem foram pontos-chave do discurso
Eduardo foi "o" episódio
O ponto alto da frustração de Bruno Fernandes aconteceu já na compensação, quando Eduardo recebeu uma bola no meio-campo do Sporting e atrasou-a "a queimar" para o guardião Max, que apertado a colocou fora. Bruno não gostou da forma como o brasileiro abordou o lance e abriu ali uma acesa discussão, rapidamente sanada, mas com a tensão bem vincada. A partir daí, o camisola 8 não mais saiu da primeira linha de construção: queria colocar a bola rapidamente na frente, mas nunca o conseguiu fazer com qualidade.
Obrigatório ganhar
O médio-ofensivo não pediu uma reação imediata ao desaire no embate de quarta-feira, no mesmo palco, porque quis que cada um pensasse naquilo que não tinha feito e puxasse por si rumo a uma jornada na Taça da Liga onde vencer é imperativo. Depois de ter perdido na primeira jornada do Grupo C, em casa, diante do Rio Ave, o Sporting corre agora atrás do prejuízo, sabendo que não depende só de si para poder, pela terceira época consecutiva, marcar presença na final-four de Braga. Perante o mesmo Gil Vicente, e com vila-condenses e Portimonense já com quatro pontos em dois embates, algo menor que um triunfo será letal para as aspirações verdes e brancas; mesmo vencendo, é preciso esperar pela última ronda e contar talvez com a ajuda do Gil Vicente, que visita o Estádio dos Arcos.