A lenda Pepe volta a desafiar limites e em 2023/24 será o mais velho das principais ligas
Capitão do FC Porto vai batendo recordes de longevidade, numa carreira que ninguém sabe quando chegará ao fim.
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Caso de estudo, exemplo, fenómeno, super atleta, monstro, lenda... São muitas as fórmulas que têm sido usadas para descrever Pepe, o central do FC Porto que se prepara para iniciar a 23ª época como profissional e continua a desafiar os limites do corpo e da compreensão de treinadores e especialistas da fisiologia desportiva, exibindo uma forma física capaz de envergonhar jovens em início de carreira.
De tal maneira que o capitão portista prepara-se para se tornar no jogador de campo mais velho em atividade entre as principais ligas europeias. "Sabem porque é que eu continuo a jogar com 40 anos? Porque cuido bem do meu corpo, da minha saúde e do meu bem-estar".
Esse tem sido o lema do defesa e os resultados estão à vista: quando subir ao relvado do Municipal de Aveiro para defrontar o Benfica, na Supertaça Cândido de Oliveira, Pepe terá 40 anos, cinco meses e 14 dias e estará a bater mais um recorde que o coloca num patamar que muito poucos conseguem atingir. Aliás, depois de alguns anúncios de fim de carreira de outros veteranos, nenhum outro jogador vai iniciar a temporada de 23/24 com uma idade superior à do portista, exceção feita a dois guarda-redes: Gianluca Pegolo, do Sassuolo, que está a caminho dos 42 anos, e Pepe Reina, que renovou contrato com o Villarreal e está prestes a fazer 41 anos.
Em Portugal, mesmo incluindo os "senhores" das balizas, Pepe será o mais velho a atuar depois de Bracali (Boavista) ter pendurado as luvas. A seguir, em idade, aparece o reforço do Braga, José Fonte, que em dezembro entrará no clube dos quarentões. Lá fora, já referimos que há exemplos (poucos) nas balizas, mas no que diz respeito a jogadores de campo, Pepe é mesmo o mais experiente de todos em atividade. E isto é possível porque renovou contrato com os dragões e mantém uma forma física invejável, mas também porque os "anciões" do futebol europeu decidiram colocar um ponto final nas respetivas carreiras. Casos de Ibrahimovic, que fez o último jogo pelo Milan com 41 anos, cinco meses e 15 dias; Quagliarella, central da Sampdoria, que se despediu com 40 anos, quatro meses e quatro dias; e, ainda, o extremo Joaquín, que deixou o futebol do Bétis com 41 anos, dez meses e 14 dias. Este era o mais velho em atividade nos principais campeonatos profissionais.
Pepe tornou-se numa a verdadeira extensão de Sérgio Conceição em campo, um líder que transporta a mística do FC Porto, e que, em Aveiro, vai tentar chegar aos 29 títulos na carreira, a quarta Supertaça Cândido de Oliveira, aproximando-se dos números do recordista Vítor Baía, que terminou com 33 conquistas.
Já está na história do futebol luso
Como já apontámos, Pepe vai entrar em campo no clássico da Supertaça com 40 anos, cinco meses e 12 dias e a seguir irá bater outro recorde absoluto a nível nacional. Seja logo na visita a Moreira de Cónegos ou em qualquer outro jogo do campeonato, o central tornar-se-á, assim que entre no relvado, no mais velho jogador de campo de sempre a atuar no principal escalão do futebol português, ultrapassando de uma vez dois antigos jogadores. Um foi "parceiro" de posição, Rebelo, que fez o último jogo na nossa Liga com a camisola do Estrela da Amadora aos 40 anos, três meses e 15 dias; e Fary, o avançado que atualmente é diretor desportivo do Boavista, que se despediu do futebol nacional com 40 anos, quatro meses e 24 dias. Com uma idade mais avançada só há o registo de dois guarda-redes na história da primeira divisão: Bracali e Quim. Ambos jogaram para lá dos 42 anos. Alargando as "contas" a outros escalões do futebol profissional nacional e mundial, o japonês Kazu Miura é o detentor de um "impensável" recorde, tendo jogado com 56 anos na II Liga, ao serviço da Oliveirense. E já renovou contrato...