"Desejo todo o sucesso ao FC Porto, espero que façam um excelente jogo na Supertaça"
Foi um dos jogadores que mais fez suspirar os portistas. A O JOGO recorda a passagem por Portugal quando era uma das mais proeminentes promessas mundiais; Estreou-se, precisamente, numa Supertaça ganha ao Benfica com um golo de Quaresma. Diego não esquece a importância de ter entrado com o pé direito e fica a torcer pela repetição do "filme".
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Afastado do futebol, desde o início do ano, saindo em grande e amplamente titulado no Flamengo, onde venceu duas Libertadores nos cariocas, Diego Ribas, agora com 38 anos, confessou em conversa com o O JOGO "gozar o melhor momento da vida", feliz em administrar palestras, dinamizar um "podcast" e dirigir uma escola para desenvolvimento de atletas. Depois de 21 anos como profissional, uma carreira próspera de títulos e mediatismo, Diego recorda a sua estreia na Europa patrocinada por todo o auge e envolvência de um FC Porto campeão europeu com Mourinho.
Desfazia-se a equipa que havia levado o Dragão ao topo e entravam novos artistas no elenco. Diego chega para ser o novo rei do meio-campo, após Deco, estava a batuta da equipa entregue a Víctor Fernández. Tinha 20 anos e em 2004 era apontado como uma das maiores promessas mundiais pelo que fazia no Santos ao lado de Robinho. A estreia foi em agosto diante do Benfica, numa Supertaça Cândido de Oliveira, decidida por Quaresma, em Coimbra.
Nem de propósito é esse o clássico que abre a nova temporada e o antigo jogador espera que a história se repita com o troféu a ir parar ao Museu dos dragões. "As recordações desse dia são maravilhosas, foi entrar e sentir a grandeza do FC Porto e a importância de defrontar o Benfica. Vinha de uma sequência boa, a jogar a Copa América, e esforcei-me muito por jogar esse jogo. As sensações no campo foram ótimas, menos uma lesão muscular que me tirou do encontro [saiu aos 21"]. Mas o que ficou, no final, foi a conquista, foi iniciar a minha trajetória com o pé direito", elucida, animando os futuros estreantes portistas na disputa do próximo clássico. "Desejo todo o sucesso ao FC Porto. Espero que façam um excelente jogo, estou a torcer. É bom lembrar essa atmosfera, um ambiente incrível. Que os jogadores desfrutem e os adeptos também de um grande espetáculo! E que o FC Porto vença", exorta o antigo médio.
Para Diego a passagem pelo Dragão é inesquecível e um dos pontos mais altos da sua carreira. "Ter jogado no FC Porto foi um prazer enorme, era um clube que acompanhava muito e tinha sido campeão europeu. Eu assistia a muitos jogos desse FC Porto, o país atraía-me e a dimensão enorme do clube também. Hoje tomaria a mesma decisão, até porque ter jogado no FC Porto foi fantástico e teve esse momento marcante da conquista da Taça Intercontinental. Sempre senti o carinho dos adeptos, ora muito ovacionado, ora chamavam pelo meu nome. Foram só dois anos, mas estão guardados no coração", sublinha.
Divórcio de Co Adriaanse levou à saída
O brasileiro revela que escolheu em FC Porto em detrimento de tubarões que acenavam aos seus serviços e diz que mesmo com alguns grandes golos e jogadas, a passagem pelo Dragão soube a pouco...e a saída foi apressada por um divórcio de ideias com Co Adriaanse.
"Reconheço que as expectativas eram muito altas, pelo momento que vivia, pela qualidade que tinha, pela grandeza do FC Porto. Mas, em resumo, acho que vivemos momentos importantes e decisivos juntos. A relação acabou com a decisão do treinador, que decidiu mudar o sistema da equipa após um jogo e me disse que deixava de haver nesse modelo espaço para mim e para a minha posição", recorda.
A partir daí, Diego percebeu que rumo tinha de tomar. "Tinha de ir para outro clube. E não me posso queixar, a passagem pelo Werder Bremen foi muito positiva. No fundo a decisão do Adriaanse foi fundamental para ir embora, mas acabei por chegar à Alemanha e viver os melhores anos da minha carreira. Custou, não concordei, mas decidi seguir a vida e procurar sucesso noutro lugar", explica Diego que deixou o FC Porto, com 7 golos em 63 jogos, seguindo-se uma marca no Werder Bremen de 53 golos em 132 jogos, e apenas menos uma época de ação comparativamente a Portugal.
"Eu gostei muito de ter trabalhado com Víctor Fernández, apesar de ter faltado o sucesso coletivo. Adorei o plantel que o FC Porto tinha, como Baía e Jorge Costa, adorava jogar com Benni McCarthy, ainda havia Quaresma. Éramos muitos brasileiros e argentinos, havia ótima relação. Muitos momentos especiais aconteceram aí. Não posso esquecer que ganhei uma Taça Intercontinental e fui campeão português", evidencia Diego.