Hans Kluge vê "sinais encorajadores" no Velho Continente.
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Existem "sinais encorajadores" da desaceleração do novo coronavírus no continente Europeu, apesar da situação ainda grave, disse esta quinta-feira o diretor regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Embora a situação continue muito preocupante, estamos a começar a ver sinais encorajadores", afirmou Hans Kluge numa entrevista transmitida online a partir de Copenhaga. Segundo o diretor regional, a Itália, com o maior número de casos na Europa, registou recentemente "uma taxa de aumento ligeiramente mais baixa, embora ainda seja muito cedo para dizer que a pandemia atingiu o pico neste país".
Segundo os dados mais recentes da organização, o continente europeu, com cerca de 240 mil infetados e 11 987 mortes relacionadas com o novo coronavírus, ainda é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, apesar dos sinais de melhoria.
Hans Kluge adiantou ainda que cerca de seis em cada 10 casos de infeção e sete em cada 10 mortes foram registadas na Europa.
No entanto, elogiou as "medidas sem precedentes para retardar e interromper a transmissão da covid-19", que "economizam tempo e reduzem a pressão" nos sistemas de saúde, sublinhando que em breve será possível determinar o grau de impacto destas medidas, que representam um elevado custo económico e social para os países.
"Não será uma corrida, mas uma maratona", afirmou Hans Kluge, alertando que os governos e as populações devem estar cientes da "nova realidade" criada pela pandemia e devem preparar-se para o longo prazo.
Na discussão orientada em torno do impacto da pandemia na saúde mental, Hans Kluge reconheceu que os sentimentos de ansiedade, medo e solidão são "absolutamente naturais" durante este período e, por isso, a OMS está também a assumir este problema como uma prioridade.