Football"s Strangest Matches, um livro de Andrew Ward.
Corpo do artigo
Jogar futebol com máscaras?!? Um pedaço de tecido a cobrir o nariz e a boca?!? Inconcebível. Obviamente, nenhum dos muitos especialistas ouvidos durante a preparação do regresso do campeonato propôs semelhante alternativa, mas o futebol já é um senhor de idade, que viveu muitas experiências. As mais estranhas delas estão no livro "Football Strangest Matches" [Os Mais Estranhos Jogos de Futebol], sem edição em português e demasiado centrado no futebol inglês, mas o melhor recurso possível quando se quer conhecer os "inconcebíveis" que foram, afinal, concebíveis na longa história do jogo, com o carimbo do historiador britânico Andrew Ward. E sim, já houve futebol com máscaras e não eram paninhos presos às orelhas. Na I Grande Guerra, a equipa dos Royal Engineers, que chegou a ganhar uma das primeiras edições da Taça de Inglaterra, treinava e jogava com máscaras de gás.
Antes dos jogos, o árbitro verificava se elas estavam bem colocadas e só permitia a bola de saída quando isso estivesse garantido, um pouco como acontecerá com os testes ao vírus dentro de algumas semanas. Os atletas jogavam de uniforme militar completo, porque o objetivo era prepará-los para usarem as máscaras em combate. Esta é uma das 109 histórias contadas por Ward, a primeira das quais datada de 1879, ano em que a vitória britânica nas guerras Zulu foi festejada em Shefield com um desafio entre "guerreiros" zulu (de lanças, escudos e penachos) e a equipa local. Mas há para todos os gostos: um jogo decidido por um hipnotista, outro entre um piquete de grevistas e a polícia durante a greve, outro em que as duas equipas eram dirigidas pelo mesmo treinador ou aquele, já nos anos oitenta, em que o guarda-redes partiu um poste pela base e evitou o golo.