Como a covid-19 afeta o futebol feminino? "Corro sozinha num aeródromo desativado"
O JOGO mostrou como se têm readaptado as equipas femininas em Portugal, face à covid-19 e no lado das formações amadoras, deixa-lhe o exemplo de uma jogadora que é agente da PSP e apela a que se pense no "nós" e não no "eu"
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Em Lisboa, e à semelhança de outros emblemas amadores do país, o Futebol Benfica não fugiu à regra e traçou um plano de atividade para se ir cumprindo, como nos conta Joana Flores, que tenta manter a forma em casa e ao ar livre, entre 45 minutos a uma hora diária.
"Tenho aproveitado para passear com o meu cão e fazer umas corridas. Também vou para um aeródromo desativado onde estou sozinha e posso correr, mas, como tenho de trabalhar, o tempo é sempre escasso", refere a extrema do Fofó. Nem todas as jogadoras podem manter a atividade física, devido aos seus trabalhos, e o contacto é mantido pelas redes sociais, onde o tema de conversa entre as atletas passa invariavelmente pela instabilidade que se vive, receio de contágio e de contagiar.
Autora do golo que deu a Taça de Portugal ao Futebol Benfica em 2015, além de futebolista a açoriana Joana Flores é agente da Polícia de Segurança Pública e nesta altura tem uma outra missão, fora dos relvados, que ganha contornos mais especiais face ao momento que se vive. "As forças de segurança irão proceder de forma normal. No entanto, estarão no papel de regulamentar tudo o que for emanado e decidido pelos nossos superiores, sempre tendo em vista o bem maior, a população", diz.
Com sentido de responsabilidade coletiva, Joana concorda com as medidas que estão a ser tomadas. "Em prol da sociedade, julgo que todos os esforços são necessários. Não é tempo para pensarmos no eu, mas sim no nós", sublinha.