Internacional

Guardiola fala em "mal irreparável": "O mundo deixou a Palestina sozinha"

Pep Guardiola (créditos: EPA)

À margem de um jogo solidário entre as seleções da Catalunha e da Palestina, Pep Guardiola lançou um discurso crítico pela guerra na Faixa de Gaza antes do cessar-fogo em vigor nessa região

Depois de a Palestina ter defrontado o País Basco em Bilbau no sábado, num jogo particular de cariz solidário, a seleção do Médio Oriente vai medir forças com outro adversário não reconhecido pela FIFA na quarta-feira, a Catalunha, no estádio olímpico Lluís Companys, em Barcelona.

Com mais de 25 mil bilhetes já vendidos para este encontro, Pep Guardiola, treinador do Manchester City, falou numa iniciativa com uma "simbologia" importante, no meio de um discurso em que não hesitou em criticar os líderes mundiais pela guerra de dois anos entre Israel e o governo liderado pelo Hamas na Faixa de Gaza, até ao cessar-fogo alcançado este ano e que se encontra em vigor naquela região da Palestina.

"É um jogo mais do que simbólico. Hoje em dia sabe-se tudo e, com este desafio, os palestianianos verão que há uma parte do mundo que pensa neles. O mundo deixou a Palestina sozinha. Não fizemos absolutamente nada. Eles não têm culpa nenhuma de terem nascido ali. Todos nós permitimos que destruíssem todo um povo. O mal já está feito e é irreparável", apontou, em declarações ao canal espanhol Rai 1.

"Não consigo imaginar uma pessoa neste mundo que possa defender os massacres em Gaza. Os nossos filhos podiam estar ali, a serem assassinados só por terem nascido. Tenho muita pouca fé nos mandatários. Eles fazem o que quer que seja para se manterem no poder", acrescentou Guardiola, muito crítico.

Alexandre Dionísio