APITADELAS - Uma opinião de Jorge Coroado
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Está assente, é definitivo, tal como aquela marca de automóveis nipónica que assim se anunciava, veio para ficar e ficou.
Está-se perto de passarmos a desporto robotizado, jogado por seres humanos, vigiado, controlado e dirigido por máquinas
Decididamente, influenciou forma e estilo de arbitrar. Retirou autonomia, alijou responsabilidades, descaracterizou valoração feita com base na competência, capacidade, acuidade e conhecimento do jogo. Hoje, sejam quais forem os erros, independentemente de terem origem nos agentes no terreno, o ferrete tecnológico está lá. Com a sua implementação, perdeu-se o encanto, o empolgamento, a emoção de um futebol naturalmente humano, jogado e ajuizado com todos os defeitos e virtudes por seres humanos.
Pelo evoluir dos acontecimentos, fruto da iliteracia e incapacidade de compreensão de quem tem por missão interpretar, transmitir e formar, caso não seja colocado travão à anacrónica, "burrocrata" e "estupidificante" forma como é aceite o VAR, está-se perto de passarmos a desporto robotizado, jogado por seres humanos, vigiado, controlado e dirigido por máquinas. Não foi o caso do golo não validado ao Vizela em Barcelos. O verdadeiro responsável foi o árbitro assistente Ricardo Santos. Mal colocado no alinhamento com penúltimo defensor e posição corporal relativamente à jogada, sinalizou o fora-de-jogo de Zohi. VAR, com ou sem "ferramenta" calibrada, conferindo 1cm, limitou-se a ratificar. Quem consegue explicar vantagem de 1cm? Haja bom-senso! Haverá?
Caguinchas
Hoje não há árbitros. Os caguinchas, vaidosos, pedantes de então, receosos do erro, ambiciosos e ciosos da imagem pessoal, deram origem aos tecnocratas (burocratas!!!) que tendo empinado livro mais pormenorizado, explicado, escalpelizado e esmiuçado em 228 páginas, evita ter de se pensar, interpretar e compreender, aquilo em 1974 havia de ser percebido a partir de um com 98 páginas.
Não infringiu?
Da lei XII: "Uma entrada que ponha em perigo a integridade física de um adversário ou envolva o uso de força excessiva ou brutalidade deve ser sancionado como falta grosseira." e "Um jogador, um suplente ou um jogador que tenha sido substituído deve ser expulso do terreno de jogo tornar-se culpado de uma falta grosseira". Odysseas não infringiu este preceito da Lei?