VELUDO AZUL - Um artigo de opinião de Miguel Guedes.
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Ao sexto ano de FC Porto, Sérgio Conceição recomeça os trabalhos com saídas que são certezas e reforços que são incógnitas. Nada de novo para o técnico campeão nacional, mais do que habituado a ter que gerir planteis em construção ou em crescimento durante o decurso da época.
Nesse sentido, poderá dizer-se que o grande reforço da equipa é a manutenção de Conceição, ele, que sem apelo nem agravo, seria o protagonista da nação azul e branca que qualquer dos rivais sonharia em ver pelas costas.
Mais uma época de Sérgio Conceição no clube significa, desde logo, que ninguém poderá pisar uma linha vermelha do padrão de exigência. E o mote foi dado pelo próprio, batiam as 7h30 da manhã de sexta-feira, o primeiro a chegar ao Olival e, provavelmente, o último a sair da sessão número 1 do dia inicial de trabalhos.
Agora são 24. Daqui a três dias, todo o plantel estará reunido e as opções começarão a ser tomadas antes da partida para o estágio de oito dias no Algarve. Pepe, Diogo Costa, João Mário, Zaidu, Otávio, Taremi, Grujic e Eustáquio, internacionais com férias adiadas pelo trabalho nas selecções, regressam para retomar um lugar que é seu, numa altura em que seis jogadores dos quadros da B tentam voltar a mostrar serviço (de todos eles, só Vasco Sousa ainda não se estreou no plantel principal). Incógnitas para o futuro de Loum, Romário Baró e Rodrigo Conceição, emprestados que regressam à boa casa. Sem Sérgio Oliveira, Diogo Leite, Nakajima e Carraça, que por razões bem diversas não entram nas contas para a nova temporada, as saídas consumadas de Vitinha, Mbemba e Fábio Vieira deixam três grandes pontas soltas que muitos lutarão por apanhar e poder atar. Alguns deles, já estão no plantel. Outros, como João Victor ou David Carmo, poderão juntar-se como reforços. Consumada que está a venda de Vitinha ao PSG, chegou o momento do FC Porto abrir alguns cordões à sua bolsa.
As prioridades estão bem definidas, mas eventuais saídas podem complicar o puzzle ao mesmo tempo que descomplicam as contas. A possibilidade de perder Otávio, no contexto da saída de Vitinha e Fábio Vieira, criaria condições para eternizar indecisões no meio campo que podem custar um início de época. Qualquer reforço, nessa eventualidade, teria que ser indiscutível, para entrar e pegar no 11. É totalmente diferente olhar para Bruno Costa ou Eustáquio como soluções para a perda de Vitinha, consoante Otávio esteja ou não presente. Otávio não é só um jogador. É, neste momento, um jogo de equilíbrios.