PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Um artigo de opinião de José João Torrinha.
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1 A derrota em Split, terceiro jogo oficial e primeiro "a doer", permitiu tirar algumas conclusões mais consistentes.
Antes de mais, é importante dizer algumas coisas sobre o adversário e sobre o próprio jogo. O Hajduk mostrou ser uma equipa claramente superior aos húngaros que antes tínhamos eliminado, mas estão longe de ser um coletivo fora do nosso alcance.
Têm alguns jogadores de grande qualidade mas coletivamente também mostraram algumas debilidades.
As condições do jogo essas, eram claramente adversas: um relvado de fraca qualidade a que eles pareceram sempre melhor adaptados do que nós e um estádio "a arder" no apoio à sua equipa. Tudo somado à inexperiência europeia de quase todos os nossos jogadores, não fazia antever tarefa fácil.
Apesar de todas estas circunstâncias, o Vitória só se pode queixar de si próprio. Foram demasiados erros coletivos e individuais para um jogo só. De notar que aqueles erros dos jovens Maga e Dani Silva já tinham sido cometidos por outros mais experientes só que a eles calhou-lhes a fava de os seus terem sido aproveitados pelo adversário.
É sabido que a nossa missão está agora mais difícil, assim como sabemos que se a conseguirmos ultrapassar teremos pela frente uma equipa de Champions. Mas sinceramente nem é isso que mais me preocupa. Preocupa-me mais que, de um ano para outro, ainda não tenhamos resolvido alguns dos problemas que foram diagnosticados há muito tempo atrás. Bem sei que o mercado só fecha no fim do mês, mas urge, de uma vez por todas, olhar para as nossas debilidades e tentar colmatá-las da melhor forma.
2 O Vitória faz hoje, em Trás-os-Montes, a sua estreia no campeonato. O Chaves é daqueles clubes de que se gosta, um verdadeiro embaixador da sua região, sempre apoiado por uma importante massa adepta que segue o seu Desportivo apaixonadamente.
Um clube como o Chaves devia perceber, melhor do que muitos outros, da importância de termos os nossos estádios cheios de adeptos e não de cadeiras vazias. Por isso, quando se anunciaram os preços para o nosso jogo, morreu um pouco em mim a esperança de que as coisas mudem no futebol português. Pois se nem clubes como estes conseguem entender que cobrar a peso de ouro bilhetes para se ver futebol em condições que de conforto pouco têm é contranatura, quem é que o vai entender?