O que se passou ontem não é, não pode ser, normal e recomenda que soem os alarmes todos
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1 - Quando o árbitro apitou para o intervalo, pensei com os meus botões: boa primeira parte. Bem a pressionar, domínio do jogo, segurança na defesa. Falta “só” o costume: competência no último terço. Por isso, quando João Pinheiro voltou a soprar no apito, a única dúvida era se íamos demorar mais ou menos tempo a conseguir superar a defesa moreirense.
Não há explicação para o que se passou a seguir. A equipa regressou ao relvado a dormir. Apática, sem chama. Ao contrário, o Moreirense voltou bem acordado, ligado à corrente e matou o jogo com competência. O resto da partida foi um suplício. Um castigo de assistir. Uma provação a que os vitorianos foram sujeitos. Quando o treinador diz que não foram dignos de representar o Vitória, isso diz tudo o que há a dizer sobre o que se passou.
Gosto pouco de deixar que o pessimista que há em mim leve a melhor. Mas esta temporada vai dando cada vez mais sinais de que algo está estruturalmente mal. O que se passou ontem não é, não pode ser, normal e recomenda que soem os alarmes todos.
A época está ainda muito no início, o mercado ainda não fechou. Mas faça-se o que se tem de fazer para que o que resta da temporada não seja o que está a prometer ser.
2 - No final da segunda jornada, na página do Twitter da Goalpoint, foi publicada uma informação reveladora: o ranking dos jogos com mais faltas nas sete principais ligas europeias, até àquela data. Ficamos a saber o seguinte: a liga portuguesa tinha os primeiros seis jogos mais faltosos, todos com 35 faltas ou mais. Dos 13 jogos com mais faltas, a Liga Portuguesa tinha nada menos do que... nove.
Deem as voltas que quiserem. Façam a legislação mais perfeita. Elaborem os mais completos estudos de mercado. Pouco importa. Ninguém quer ver jogos destes. Com faltas atrás de faltas. Árbitros a apitar por tudo e por nada. Jogadores que caem ao chão com o simples sopro do adversário. Treinadores, dirigentes e suplentes que vivem aos saltos no banco a reclamar faltas por tudo e por nada.
Isto é um flagelo para o futebol português. Isto prejudica os nossos clubes quando disputam competições europeias. Isto é mau para o futebolista nacional, que se vicia nesta forma de jogar. E é até mau para os árbitros, que não se impõem além-fronteiras. Sem se resolver isto, podem centralizar o que quiserem...