PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Opinião de José João Torrinha
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Na temporada passada, houve um antes e um depois do jogo de Braga (para o campeonato). Nessa partida, Moreno mudou o sistema tático, surpreendendo todos com a colocação em campo de três centrais, mercê do recuo de Bamba. E se na altura se duvidava se era solução para um jogo só, o resto do campeonato esclareceu: foi assim até ao fim.
Já no passado o Vitória teve períodos em que jogou dessa forma e com bons resultados. À memória vêm, num ápice, triplas como Bené, William e Germano (com Paulo Autuori); ou Ricardo Silva, Cléber e Rogério Matias (com Inácio, na época "de Felgueiras").
O que nos traz ao momento presente: e para o ano, o sistema é para manter? É que disso depende a análise das nossas necessidades, designadamente no que toca ao setor mais recuado. Villanueva, Bamba, Amaro, Jorge Fernandes e Tounkara. Continuam todos? Destes, parece seguro que o primeiro e o último por cá ficarão. Bamba e Amaro terão mercado, restando perceber se aparece alguma proposta de aceitar. Quanto a Jorge Fernandes, vai depender do que Vitória e jogador queiram para a respetiva carreira.
Se os cinco por cá ficarem, voltamos à questão: mantendo-se o sistema, parece um número adequado. Se a ideia for um regresso à linha de quatro, já parece gente a mais.
A mesma dúvida paira na questão dos laterais. Um sistema de três centrais implicará necessariamente que tenhamos que repensar as coisas, pois que o mesmo reclama laterais que sejam muito ofensivos. Ora, muito embora Maga e Afonso Freitas tenham acabado por fazer campeonatos interessantes, parece que o reforço do plantel terá necessariamente de passar por aqui. E isso é assim também porque os restantes laterais do plantel tiveram épocas que não deixam saudades.
Bruno Gaspar viveu um ano pejado de lesões, as quais fazem legitimamente duvidar se aquele jogador que tanto nos fez vibrar no passado algum dia poderá reaparecer. Do outro lado, Ogawa, em que se depositavam fortes esperanças, foi uma desilusão total. Jogou pouco e quando entrou não entusiasmou. Hélder Sá é um jogador com futuro, mas é provável que necessite de um outro contexto competitivo em que possa jogar com regularidade.
Quer isto dizer que nas laterais terão de estar as apostas mais sérias para o que aí vem. A não ser que haja ideias diferentes para a nossa forma de jogar. A palavra a Moreno.