PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Opinião de José João Torrinha
Corpo do artigo
1 - O dérbi foi um excelente jogo de futebol. Duas equipas a querer ganhar e que tudo fizeram para chegar ao golo. Um golo que, infelizmente, acabou por nunca chegar. Foi só mesmo o tal sal e pimenta do futebol que faltou ao desafio.
No que respeita ao Vitória, o que mais apreciei foi a postura com que se apresentou em campo. Sem medos e à procura de ganhar. Na primeira parte, o jogo foi repartido, sendo nossas as ocasiões mais flagrantes. É verdade que o Braga atirou uma bola ao poste (num remate de fora da área) mas Estupiñán (logo a abrir) e Quaresma (a fechar) tiveram daquelas oportunidades que não costumam perdoar.
Na segunda parte manteve-se a mesma toada, se bem que, na parte final, o adversário, a jogar em casa, tenha empurrado o Vitória para trás e criado verdadeiro perigo. Ainda assim, nunca deixámos de tentar sair em ataque e de visar a baliza adversária.
O resultado, a meu ver, acaba por ser justo e só uma indisfarçável azia pode justificar as declarações, no final, de Carvalhal. Sejamos compreensivos, porém, uma vez que a azia também faz parte do futebol. Eu daqui animaria o técnico bracarense: conquistou um ponto contra o Vitória, o que não é mau de todo.
No mais, mesmo com todas as conhecidas limitações e apesar do inexistente destaque na transmissão televisiva, goleámos na bancada, como é habitual.
2 - Esta semana ficou ainda marcada pelo encerramento dos principais mercados futebolísticos europeus. Naturalmente que os adeptos ficam sempre ávidos de ver aparecer aquela notícia de última hora, aquela contratação bombástica ou venda milionária que enche os cofres do clube. Quando isso não acontece, fica sempre algum sentimento de frustração.
Foi o que nos aconteceu. Entradas, apenas a de João Ferreira e por empréstimo. Vendas, nenhumas. E se esta parte até nos conforta desportivamente, não deixa de nos preocupar em termos financeiros. Porque o Vitória, como todos os outros, tem que vender e já não faz vendas que se vejam há muito tempo.
Quanto às entradas (ou falta delas), parece que o Vitória estará satisfeito com o que tem. A ver vamos se essa avaliação está correta. Para já, a chegada do lateral vindo do Benfica vem levantar a estafada questão dos empréstimos. Já aqui o disse e reafirmo: nada contra os empréstimos, desde que eles sejam em quantidade reduzida e de dois tipos: ou de jogadores feitos que vêm garantidamente acrescentar qualidade; ou de jovens promessas, mas nesse caso com opção realista de compra.
O empréstimo de João Ferreira não cumpre estes requisitos, tal o desmesurado valor da opção de compra. Ainda assim, a partir do momento em que o João vestiu a camisola do Rei, só temos de lhe dar toda a força e desejar que faça uma grande temporada. E que nos prove que o empréstimo valeu a pena.