Todos os lances decisivos do Vitória-FC Porto foram decididos a favor de um dos lados
PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Opinião de José João Torrinha
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1 - Falar de um jogo que já tem uma semana de vida é pegar num tema um tanto recesso. Ainda assim, dado que o dito combina bem com o bafio que exalou daquela arbitragem, vale a pena deixar dito o que tem de ser dito.
Não para escalpelizar o lance A ou B, discutir conceitos como intensidade, tentativa de iludir o árbitro, saltos na vertical ou para cima do adversário ou coisas do género. Nem tão pouco para chamar à colação a opinião de ex-árbitros cirurgicamente escolhidos porque concordam connosco. Apenas para dizer isto: todos os lances decisivos que durante o último Vitória - Porto tinham margem para interpretação por parte do juiz da partida foram decididos a favor de um dos lados.
Todos. Isto é factual. O resto é o tal bafio com que infelizmente o Vitória e todos que não os tais três têm de lidar há décadas.
2 - Citando Rui Veloso, "mas falemos de coisas bem melhores". A equipa está a crescer. Alguns jogadores estão mais soltos e a jogar o que sabem. Nesta altura do campeonato, importa muito pouco perder tempo com a atribuição de méritos, seja ao passado, seja ao presente. Importa apenas isto: ficarmos felizes porque se vê uma boa evolução.
Há quatro finais por disputar e o quinto lugar, que há pouco a todos parecia uma miragem, parece agora uma possibilidade real. Hora, por isso, de esquecer o individual e privilegiar o coletivo. E isto vale para todos. Dos dirigentes aos adeptos, dos mais discretos jogadores àqueles que já ganharam tudo. Mais a estes, valha a verdade...
3 - Não deve haver um único vitoriano que em sua casa se entretenha a partir mobiliário, ou a fazer uma fogueira no chão da sala. Se isto é assim, não se compreende como alguns poucos acham que podem fazer coisas desse género na sua casa futebolística, o D. Afonso Henriques.
A reação dos restantes adeptos ao absurdo de termos de interromper mais um jogo de forma incompreensível é bem a prova de que a esmagadora maioria de nós próprios acha este comportamento lamentável. Um preço que uma meia dúzia insiste em pôr-nos a todos a pagar. Até quando?