APITADELAS - Um artigo de opinião de Jorge Coroado.
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Das recomendações elaboradas pelo CA da FPF para a época em curso, o rigor sobre os elementos com assento nos bancos, na presunção de erradicar comportamentos tidos por nocivos, perturbadores e prejudiciais ao prestígio do espetáculo, daquilo que foi dado observar, especialmente dando ênfase a comentários dos habituais cartilheiros, terá merecido amplo apoio.
Uma exortação daquela natureza faz acreditar na existência de generalizada conduta indevida daqueles agentes.
Seria, pois, de esperar, os árbitros assumirem o ónus de impor cumprimento da recomendação, exercendo inflexibilidade de modo transversal, a todo o instante dos jogos. Será assim? Ou será que a severidade reclamada pelo CA só pode ou deve ser cumprida em determinados jogos, sobre determinados competidores, ou quando as atitudes / palavras daqueles indivíduos são, unicamente, expressados na língua de Camões?
Perguntar não ofende, mas desculpem a ignorância de quem vê e constata maior incidência de atenção e punição sobre a grande maioria dos emblemas e um deles, agindo e comportando-se como os demais, passa impune.
A recomendação só produzirá efeito se todos, mesmo todos, os árbitros forem capazes de tratarem todo e qualquer membro e os dezoito emblemas de forma igual, com bom senso e compreensão das inúmeras situações possíveis de suceder e que nem sempre vão além da emotiva reação momentânea. No jogo realizado na semana passada no Estádio Magalhães Pessoa, aos 90+5"24", perante ação de Diogo Pinto do CPAC sobre linha lateral, em UNÍSSONO e COLETIVAMENTE todo o banco do SLB se insurgiu perante a passividade do árbitro. Não se estranha, o árbitro já havia expulsado um jogador daquele emblema!
Lema
O lema da arbitragem é o de constatar celeremente se e quando surgem focos de tensão, percecionar que ou qual o jogador capaz de subverter princípios do respeito pelo espetáculo. Por ler notícias sobre determinado jogador com tendência para simular faltas, nenhum árbitro deve ter como garantido que sofrendo o jogador uma falta está a simular. Se o fizer, melhor será dar chapada a si próprio para afastar tal pensamento. Perante jogador com aquele atributo, uma palavra antes do apito inicial fá-lo-á perceber a negatividade do seu comportamento, o risco de ser mal interpretado.
Comédia
Arribar ao quadro superior da arbitragem sempre foi mais que uma celebração. É demonstração de perseverança, competência e capacidade. Contudo, cedo se percebe ir muito mais além que aquilo. Dificilmente passa impercetível como "capos" e comparsas menores, sem que para tanto tenham recebido ordens, se perfilam ao beija-mão tentando cativar empatias, apesar de saberem que o "capo de ttutti capi" não está "ali". A motivação é grande, porém dizer que quem assim atua parece ter mais inteligência, eu sei que não é dizer muito. Para mim foi comédia engraçada e não parei de rir.