Quem milita quase duas dezenas de anos no patamar superior, independentemente de percurso mais ou menos discutível, merece agradecimento naquele palco, perante aquele emolduramento.
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Por norma, o derradeiro jogo da Taça de Portugal constituía ponto final de uma qualquer temporada. A multiplicidade de competições e desencontro de calendários, à semelhança de épocas recentes, faz que assim não seja este ano. Salvo raríssimas exceções, protagonizadas por gente que do mundo terá visão idêntica aos algozes invasores da Ucrânia, uma vez mais, o ambiente foi digno do espetáculo montado.
O público conviveu sem arruaceiros a toldar fair-play, no relvado os artistas respeitaram-se e respeitaram o árbitro, que, porventura, dirigindo seu último jogo, terá terminado carreira iniciada na época de 1994/95, tendo ascendido à primeira categoria em 2003/04 e ali se mantendo ininterruptamente dezanove temporadas, quiçá, quem sabe, em algumas delas, com arranjinhos classificativos (diz o povo ser para isso que servem os familiares). Haverá quem questione porquê este e não outro filiado com, por exemplo, insígnias FIFA.
Quem assim pensar desconhece o que é ser árbitro, a alegria e satisfação de qualquer filiado desfrutar daqueles noventa minutos. Sendo certo que a designação deve conformar garantia de competência, não é despiciendo dizer-se que quem milita quase duas dezenas de anos no patamar superior, independentemente de percurso mais ou menos discutível, merece agradecimento naquele palco, perante aquele emolduramento.
"...o árbitro, que, porventura, dirigindo seu último jogo, terá terminado carreira iniciada na época de 1994/95, tendo ascendido à primeira categoria em 2003/04 e ali se mantendo ininterruptamente dezanove temporadas, quiçá, quem sabe, em algumas delas, com arranjinhos classificativos"
Não desbotou
Rui Costa, o árbitro, não desbotou defeitos e virtudes, mais aqueles que estes, que lhe são reconhecidos. Aos 8" e 15" fez questão de afirmar quão incongruente, falho de critério e coerência foi o seu percurso na primeira categoria. Na primeira situação, não compreendeu que Sagnan saltou sobre Pepê. Na segunda, só com apoio do VAR, que não teve na primeira, decidiu corretamente.
Explique-se
Sobre primeiro golo portista, explique-se à urbe: "Um jogador na posição de fora-de-jogo só deve ser penalizado se, tomando parte ativa no jogo: a) interferir no jogo jogando ou tocando a bola passada ou tocada por um colega de equipa; b) interferir com um adversário; c) impedir um adversário de jogar ou poder jogar a bola obstruindo claramente a linha de visão do adversário; d) disputar a bola com o adversário. Taremi incorreu em algumas destas situações? Dahh!