PONTAPÉ PARA A CLÍNICA - Opinião de José João Torrinha
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A frase é atribuída a mais do que um autor e até já está um pouco gasta, ao ponto de esta coluna a ter anteriormente citado (e se calhar mais do que o devia). Reza assim: "os ataques ganham jogos, mas as defesas ganham campeonatos". Concorde-se ou não, percebe-se o ponto. Também havia treinadores que garantiam que uma equipa se construía "de trás para a frente", o que vai dar ao mesmo.
Prioridades à parte, é consensual que a defesa é fundamental para o sucesso de qualquer projeto futebolístico que se preze. Ora, na época que findou, toda a gente percebeu que a zona central do nosso setor defensivo não funcionou da melhor forma.
É claro que as carências atrás nunca são filhas únicas dos protagonistas, mas estes não passam seguramente ao lado dos problemas. Por isso em janeiro se tentou atacar o mercado por aí, embora sem sucesso. Esse "inconseguimento", como diria a nossa ex-Presidente da Assembleia, ajuda a explicar a irregularidade que fomos patenteando e que acabou por nos atirar para o sexto lugar.
Os olhos dos vitorianos estão, por isso, postos na defesa. Dos que cá estão, lemos que este vai sair, que aquele é para emprestar, que aqueloutro será para vender. Enfim, rumores e pouco mais.
Os quatro protagonistas do nosso centro defensivo podem achar injustas as críticas de que foram sendo alvo ao longo da época, mas a verdade é que todos tiveram as suas oportunidades e nenhum as agarrou com as duas mãos. Borevkovic nunca se exibiu à altura das expectativas; Jorge Fernandes nunca se conseguiu livrar de alguma falta de tranquilidade que muitas vezes parece vinda de fora para dentro e outras em sentido contrário; Mumin é de uma irregularidade enervante, oscilando entre o brilhante e o desastrado (às vezes no mesmo jogo) e Amaro ainda não se afirmou como certeza do presente, ao invés do rótulo de "promessa", rótulo esse que, chega a uma altura, os jogadores têm de se livrar.
Fala-se ainda de entradas e da promoção de Tounkara, mas pouco mais. Teremos de ser mais pacientes e esperar tranquilamente pelo retrato final. Mas que o setor precisa de ser agitado, disso ninguém duvida. Esta é daquelas situações em que temos mesmo de acertar.