A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - De entre os 36 árbitros, 69 árbitros assistentes e 24 VAR que vão estar no Catar, encontramos gente dos mais variados países, incluindo de muitos que fazem parte do terceiro mundo do futebol, mas nem com uma lupa conseguimos descortinar um português naquela extensa lista de 129 nomes.
Nada que verdadeiramente me surpreenda. O que verdadeiramente me surpreende são os continuados elogios que vou ouvindo ao extraordinário trabalho desenvolvido pela FPF, que, afinal, em tudo o que tem a ver com o futebol profissional - arbitragem, justiça, disciplina -, tem tido uma gestão tão danosa que só a maldade e a incompetência a podem explicar.
2 - Não por acaso, foi também esta semana que os senhores juízes do Conselho de Disciplina consideraram - e não, não vale rir - que o educado e inofensivo "basta" de Rui Costa, proferido após o Benfica-Gil Vicente, representava um "incitamento a comportamentos violentos por parte dos adeptos". Imagine agora o leitor que a FIFA precisava de selecionar, também para o Mundial do Catar, uns tantos especialistas em disciplina desportiva - alguém apostaria um tostão furado nos nossos?
3 - Faz parte do famoso ADN do clube: a cada vez que são campeões, ouvem-se, por entre os festejos do título, insultos de jogadores do FC Porto dirigidos à mãezinha do odiado SLB. A lista é, aliás, infindável - até a Maxi Pereira a seu tempo os ouvi. Todavia, quando estes insultos partem de jogadores que representam o país são muito mais graves, são um firme contributo para que a Seleção Nacional deixe de ser a "equipa de todos nós". De facto, com Otávios e Diogos Costa em campo, jamais será a minha. (Fábio Cardoso não merece que com ele gaste alguns dos poucos carateres de que aqui disponho.)
4 - Não sei se Roger Schmidt já devia ter sido apresentado, com pompa e circunstância, no Estádio da Luz, como alguns defendem; não sei também se o ex-técnico do PSV deveria ter prescindido do gozo de umas miniférias para acompanhar "in loco" a evolução dos trabalhos de preparação da nova época, como outros entendem. Uma coisa, porém, eu sei, e tenho como mais do que certa: desde que foi confirmado como treinador do Benfica, o alemão passou a ser, e de longe, o melhor treinador do mundo.