PASSE DE LETRA - Um artigo de opinião de Miguel Pedro.
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1 O universo braguista rejubilou com a renovação do capitão Ricardo Horta, até 2028, mantendo a mesma cláusula de rescisão.
O jogador, que já garantiu a presença na história do clube, como o seu (até hoje) melhor marcador de sempre, é também um dos jogadores da história do SC Braga com mais jogos realizados com a camisola do clube (em 4º lugar, com 316 jogos) e se cumprir o contrato até ao final desta renovação (2028) poderá (e deverá) ultrapassar José Maria Azevedo (405 jogos) no ranking dos jogadores mais utilizados. Ricardo Horta é daqueles jogadores que reúne o consenso no apoio por TODOS os adeptos: simpático, com um sorriso contagiante, dedicado ao jogo, focado nas suas missões e com talento de sobra.
É a atual reencarnação do espírito e dos valores braguistas. Quando, no verão passado, foi assediado pelo SL Benfica, poderia, legitimamente, ter uma atitude diferente, o que até se compreenderia, pois todos os profissionais anseiam melhorar a respetiva condição laboral. Mas Ricardo Horta mostrou que é um grande profissional, pois sabe bem que os contratos são para cumprir ( os romanos inventaram o famoso brocardo "pacta sunt servanda" para afirmarem a importância para a estabilidade das relações sociais do cumprimento escrupuloso dos acordos entre as pessoas) e, desta forma, honrando o seu contrato com o SC Braga, afirmou os valores do clube: somos gente que sabe respeitar os acordos. E Ricardo Horta é um dos nossos.
2 Depois da vitória portista no estádio da Luz, e face à proximidade do Sporting (que permite que o Braga tenha apenas uma derrota nos jogos em falta), a vitória ontem era crucial. Um jogo mais difícil do que o resultado deixa adivinhar. O Estoril, com uma defesa de seis em linha, criou desequilíbrios no nosso setor defensivo. Mas o SC Braga é uma equipa que joga sempre com muito critério, com muita posse de bola e em pressão constante, o que provoca grande desgaste nos adversários. E os últimos 15 minutos foram prova disso: um Braga que parecia que estava quase a jogar sozinho, contra um Estoril muito desgastado. Uma vitória mais do que justa, num jogo em que fomos sempre superiores. Uma palavra para Pizzi, cuja entrada em campo dinamitou a estrutura defensiva estorilista, acabando por marcar um belo golo. Continuamos no pódio, a morder os calcanhares do segundo classificado.