APITADELAS - Opinião de Jorge Coroado
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O futebol é consabidamente desporto, espetáculo, diversão. Na sequência do penálti assinalado favoravelmente ao FC Famalicão e defendido pelo guarda-redes Adán do Sporting, ficámos conhecedores da vertente comediante da modalidade, essencialmente carreada por gente da arbitragem.
De facto, o branqueamento feito por alguns experts à inoperância do árbitro, parafraseando Carlos Areia no sketch da série de comédia "Maré Alta" da SIC, faz-nos dizer "Quero ir p"rá ilha".
A Lei XIV é clara, precisa, concisa e objetiva quanto à violação da área por parte de colega do executante. Caso seja golo, o penálti é repetido, não sendo, a equipa do faltoso é punida com pontapé livre indireto. Referir existência de recomendação para punir só em caso de violação grosseira ou interferência do faltoso, equivale a considerar que, sendo proibido conduzir em contramão na autoestrada, caso não haja trânsito contrário, condutor não deve ser sancionado! No mínimo, é risível!
Paradoxalmente risível pela tristeza que dá verificar-se a pobreza franciscana existente na compreensão e entendimento das regras. A tal "recomendação" visa, somente, realçar o bom senso que se pede aos árbitros. Se um atacante coloca o pé no interior da área e não mais que isso, naturalmente, não se deve punir. Ao invés, se adentra uns passos, deve ser sancionado! Era o que, no cumprimento da lei, se impunha decidir!
Essência
O que será grosseiro na violação da área aquando de pontapé de penálti? Faltoso(s) estar(em) ao lado do executante no momento da execução ou joga(rem) a bola após defendida por guarda-redes ou ressaltar dos postes ou barra? O penálti, pela sua especificidade (duelo executante vs. guarda-redes), exige e impõe prerrogativas especificas. Cumpri-las é defender essência da sanção!
Bom-senso
Exceto 4.º árbitro e AVAR, quem dirigiu o Boavista / Vizela, havia arbitrado o último jogo, gerador de alguma polémica (dois golos não validados aos axadrezados), dos boavisteiros em casa. Foi, afirme-se, nomeação infirmada do tão propalado bom-senso. Incompreensível sujeitar equipa de arbitragem a provação inútil! Ação imprópria de dirigentes ditos responsáveis!