A JOGAR FORA - Uma opinião de Jaime Cancella de Abreu
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1 - Os jogos europeus serviram, esta semana, para mais uma vez confirmarmos, como se isso fosse necessário, a falta de qualidade da nossa arbitragem - e não, não vou insistir na pornográfica disparidade dos cartões amarelos e vermelhos do Benfica na nossa liga e na Champions.
Pego, hoje, no exemplo de Taremi: o iraniano, que vai por cá praticando tranquilamente o desavergonhado truque em que se especializou - em vez de correr na direção da bola, fá-lo para cima do adversário, provocando o contacto para "cavar" penáltis -, viu em Madrid serem-lhe aplicadas as leis do jogo, pelo que recebeu um segundo amarelo e a correspondente ordem de expulsão. Aprenderam, senhores árbitros?
Com que base legal me proibiram de entrar no estádio com a camisola que eu bem entendi levar vestida, no caso a do Benfica?
2 - Consegui entrar no Estádio Municipal de Famalicão quando o cronómetro marcava mais de 20 minutos de jogo - e a fila não acabava em mim. O presidente da Liga tem como obsessão maior, se não única, a centralização dos direitos televisivos, de modo que não parecem preocupá-lo os preços dos bilhetes, as condições de acesso aos estádios ou as (in)comodidades dos adeptos dentro dos mesmos - e não admira: vê os jogos sempre em lugares VIP - os melhores! - e de borla.
Deixo uma pergunta ao Dr. Proença: com que base legal me proibiram de entrar no estádio com a camisola que eu bem entendi levar vestida, no caso a do Benfica? (Vá que me indicaram uma "loja do chinês" para comprar uma T-shirt. Mas a prepotência das autoridades deve ter sido de tal ordem que já não havia o M - a minha medida -, nem o L, e tive que me safar com o S, mais parecendo um forcado amador do Aposento da Moita!)
3 - Gosto muito de ver o Benfica ganhar, que é o mais importante, mas também gosto de o ver ganhar a jogar bem. A primeira parte de ontem, jogada a passo, foi um verdadeiro tédio (e, para variar, fomos espoliados de um penálti, só faltando Nuno Almeida brindar Draxler com um amarelo). Ao intervalo saiu o alemão, que estava a jogar pouco - e quem não estava -, e entrou Diogo Gonçalves, o mais desesperante jogador do nosso plantel: como pode um extremo receber a bola sempre de costas voltadas para a baliza adversária?
Lá conseguimos o mais do que justo golo, seguindo-se uma compreensível gestão do resultado em vésperas de novo confronto europeu, em Turim, onde vibrarei se o Benfica ganhar à "pior Juventus dos últimos 30 anos" - jogue bem ou jogue mal, não importa!