PASSE DE LETRA - Uma opinião de Miguel Pedro
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Frustração e revolta foi o sentimento que varreu os adeptos bracarenses após o jogo contra o Union Berlim.
E chegou o tal penálti. Uma bola que resvala do peito para o braço, junto ao corpo, num lance fortuito.
Frustração, porque sentimos sempre que não fomos inferiores no "jogo jogado". Os jogadores tiveram sempre grande atitude, a equipa mostrou discernimento tático, fazendo uma posse de bola competente, sempre com o intuito de não se desequilibrar, pois os alemães são rápidos e eficientes nos processos ofensivos. E, de um modo geral, jogámos melhor do que os alemães e não merecíamos perder.
É certo que não tivemos grande caudal ofensivo, mas a equipa alemã é conhecida por defender muito bem e não dar chances de golo aos adversários. Mas o sentimento de revolta ia crescendo, pois todos nos apercebíamos da tendência fortemente "caseira" do árbitro inglês, talvez influenciado pelo ambiente pressionante das bancadas.
Foram várias as faltas que deixou passar aos alemães, entre agarrões, rasteiras e empurrões, que se tornaram sistemáticos ao longo do jogo. Não tem nada a ver com o tal "critério largo" que os árbitros ingleses gostam de aplicar, nos contactos do corpo a corpo. Foram muitas as jogadas bracarenses paradas com faltas não assinaladas. Os alemães, apercebendo-se de que o árbitro não marcava as suas entradas à margem da lei, aproveitavam e conseguiram suster alguns ataques com faltas por assinalar, o que dificultou mais a tarefa ofensiva dos bracarenses.
E chegou o tal penálti. Uma bola que resvala do peito para o braço, junto ao corpo, num lance fortuito. O árbitro assinalou e nós, bracarenses, que já tivemos lances daqueles nas áreas adversárias e bem mais evidentes ao longo desta época, ficámos atónitos e perguntámos: "Mas, então, qual é o critério?". Ouço os especialistas a explicar nas televisões: se a bola ressaltar de uma parte do corpo para a o braço ou mão, não deverá ser assinalada a penalidade; que a penalidade só deve ser assinalada se o braço aumentar a extensão (a volumetria) do corpo, etc, etc... O certo é que, esta época, e face aos lances que têm acontecido na área bracarense e na dos adversários, só consigo vislumbrar um critério que tem sido aplicado de forma coerente: se o lance de mão na bola ou bola na mão ocorrer na área bracarense, a penalidade deverá ser assinalada; se for na área do adversário, não deverá ser assinalada. Só este critério parece dar coerência às decisões dos árbitros de assinalar ou não as grandes penalidades por braço/mão na bola nos jogos do Braga.